Menu
Política & Poder

Exclusivo: jornalista de ultradireita cria Conselho Latino Americano de Jornalismo

A meta é filiar os profissionais de imprensa que não forem alinhados com as entidades atuais: Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e sindicatos

Ary Filgueira

18/08/2021 5h00

Voz do conservadorismo brasileiro e bolsonarista de carteirinha, Oswaldo Eustáquio quer ser o representante dos jornalistas de direita e ultradireita. O ativista acaba de fundar o Conselho Latino Americano de Jornalismo. A meta é filiar os profissionais de imprensa que não forem alinhados com as entidades atuais: Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e sindicatos.

Com sede no Lago Sul, em Brasília, a mais nova entidade de classe já possui estatuto e está constituído juridicamente, chegando a possuir número de inscrição na Junta Comercial e Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço eletrônico ([email protected]).

Segundo o próprio Eustáquio afirmou para em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, da Costa Rica, onde está agora, que começou a receber as primeiras filiações no Brasil, o Conselho já é reconhecido em alguns países vizinhos. “Vamos efetivá-lo no Brasil mesmo em outubro”, afirmou ele.

Com ascendência no Paraguai, por parte da sua mãe, o fundador do Conselho revelou que a entidade terá representante naquele país e em outro da América Latina. “Haverá um diretor em cada país. Além do Paraguai, temos na Argentina e na Costa Rica já”, afirmou Eustáquio, que foi ao país costa-riquenho denunciar a Corte Interamericana de Direitos Humanos o que julga ser abuso do Supremo Tribunal Federal contra o deputado Daniel Silveira, que está preso por ataques contra a suprema corte brasileira.

Alijado

A iniciativa de criar uma entidade que rivalize com outras representantes da classe jornalística no Brasil e levar a iniciativa para fora das fronteiras surgiu por um fato que ele classifica de perseguição. “Ao escolher esse lado, fui completamente escanteado do jornalismo pelos colegas de profissão. Hoje eu não consigo emprego em nenhum jornal, emissora de rádio ou televisão por conta do meu posicionamento político. As entidades, que deveriam em defender, estão aparelhadas de integrantes de esquerda”, lamenta Eustáquio. “Foi a partir disso que tive a ideia de criar o Conselho”, emendou.

Apesar de ser uma entidade declaradamente conservadora, Eustáquio afirma que o Conselho será o porta-voz dos jornalistas que se sentirem encurtados de alguma forma. “A liberdade de expressão é uma premissa para nós jornalistas. E essas entidades atuais se tornaram braço da esquerda. Os jornalistas já são ideologizados nas faculdades”, aponta.

Preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por ser um dos alvos do inquérito que investiga a organização e o financiamento de manifestações que ocorreram no último ano e que defendiam causas antidemocráticas, como fechamento do Congresso e do próprio STF, Oswaldo Eustáquio acabou tendo sua acusação por parte do Supremo arquivada.

Ao ser questionado pela reportagem se estava temeroso por causa dos recentes desdobramentos das investigações, que culminaram com a prisão de Roberto Jefferson, ele disse não. “Se me prenderem por outro inquérito, não será imoral, ilegal ou inconstitucional. Será criminoso”, sentenciou. “Ou seja, eles têm de me pedir desculpas pelo o que fizeram comigo .

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado