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Política & Poder

Como prêmio de consolação, Bolsonaro pretende manter Pazuello em cargo no governo

A hipótese mais provável é um posto de assessor especial da Presidência da República, posição que chegou a ser oferecida para Fabio Wajngarten

Redação Jornal de Brasília

16/03/2021 15h19

Gustavo Uribe e Natália Cancian
Brasília, DF

Como prêmio de consolação, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discute oferecer um cargo no Poder Executivo ao general Eduardo Pazuello, que deixará o comando do Ministério da Saúde nas próximas semanas.

Segundo assessores presidenciais, o assunto já vem sendo tratado entre Bolsonaro e Pazuello. A hipótese mais provável é um posto de assessor especial da Presidência da República, posição que chegou a ser oferecida, mas acabou recusada, pelo ex-chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) Fabio Wajngarten.

O presidente também considera a possibilidade de o militar ser acomodado em outras estruturas do Palácio do Planalto, como em postos de assessoria do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) ou da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos).

O entorno do general, contudo, defende que ele assuma um posto de mais prestígio, como a presidência de uma autarquia federal. Uma das empresas citadas por aliados do militar é Itaipu. Ela era gerida pelo também general Joaquim Silva e Luna, que foi deslocado recentemente para a Petrobras.

A informação de que Pazuello deve assumir um cargo no governo foi confirmada por assessores próximos ao ministro. Segundo eles, Pazuello vai ganhar uma “surpresa muito boa” e deve ocupar outro cargo a convite do presidente.
Os detalhes ainda devem ser acertados entre Bolsonaro e Pazuello. Inicialmente, o grupo do ministro diz que a medida ainda está em estudo, mas nega se tratar de retorno ao Exército. A previsão, apontam, é que seja um cargo no Palácio do Planalto.?

A decisão de trocar o comando da Saúde foi tomada por Bolsonaro no último sábado (13), em reunião do presidente com ministros da cúpula militar. O anúncio do novo ministro, o cardiologista Marcelo Queiroga, foi feito na segunda-feira (15), ou seja, apenas dois dias depois.

A rapidez do processo, segundo militares do governo, pegou de surpresa Pazuello, que esperava um período maior de discussões. A pedido de Bolsonaro, ele deve permanecer ao menos até o fim desta semana na Saúde para ajudar na transição da nova gestão.

Atualmente, Pazuello é alvo de uma investigação no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre uma suposta omissão para evitar o colapso de oxigênio em Manaus. Com sua saída do ministério, a previsão é que o inquérito contra ele seja remetido à primeira instância. A tendência é que vá para a Justiça Federal do Distrito Federal.

Relatório assinado pelo próprio ministro, e revelado pela Folha, aponta pelo menos 11 indícios, que podem ser usados como prova, de que ele e a cúpula do Ministério da Saúde tinham conhecimento prévio sobre a grave escassez de oxigênio nos hospitais em Manaus.

O ministro nega responsabilidade sobre o caso e tem repetido que a pasta tem funções de apoio ao governo estadual e municipal. Ao mesmo tempo, tem apontado datas contraditórias de quando foi informado sobre o risco de falta do insumo.

As informações são da FolhaPress

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