Candidata a presidência da República nas últimas três eleições, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva se manifestou sobre as queimadas que vêm castigando o Pantanal. Na visão de Marina, parte dos incêndios é resultado da “ganância desmedida de pessoas inescrupulosas”.
“O que está acontecendo no Pantanal é dilacerante”, afirmou Marina, pelo Twitter. “Os rastros de destruição são irreversíveis e incomensuráveis”, prosseguiu.
A sensação é a que chegamos ao fundo do fosso civilizatório, com a banalização da indiferença com o que fortalece a constância da morte em prejuízo das condições que dão suporte à vida.
O que está acontecendo no Pantanal é dilacerante. Voluntários e profissionais tentam salvar a vida dos animais feridos em um cenário carbonizado pelo fogo. Espalham alimentos e água em locais estratégicos, porque tudo foi consumido pelas chamas.
— Marina Silva (@MarinaSilva) September 14, 2020
Marina cobra medidas “urgentes e efetivas” do governo federal. No último fim de semana, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, postou um vídeo em que aparece em cima de um carro de boi, supostamente em alusão à fala dele em reunião ministerial no dia 22 de abril deste ano, na qual ele sugeriu aproveitar a pandemia de covid-19 para “passar a boiada” — aprovar pautas polêmicas no Congresso quando as atenções da população estavam voltadas para outras pautas.
Queimadas
Há meses, a estiagem e os incêndios têm destruído de maneira irreversível o Pantanal. Regiões como Corumbá-MS amanhecem sob névoa e fuligem constantemente. As chamas já atingiram 2,3 milhões de hectares, de acordo com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).
Não há expectativa de chuvas até pelo menos o próximo dia 19, quando pancadas d’água podem atingir parte do estado. Porém, as precipitações isoladas serão insuficientes para cessar as queimadas. Os rios Paraguai, Miranda, Aquidauana e Pardo apresentam níveis baixos e vão continuar secando nas próximas semanas.