Mônica Bergamo
O crescimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em três pontos percentuais entre os eleitores evangélicos, segundo pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira (24), foi comemorado pelo núcleo da campanha petista que se dedica a formular ações para o segmento.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue na dianteira da disputa entre o eleitorado protestante, com 60% das intenções de voto. Já Lula pontua em 34%, mostra o Ipec.
A campanha do PT credita o resultado, ainda que pouco expressivo, ao foco no diálogo direto com os evangélicos, adotado de forma mais incisiva após o primeiro turno das eleições.
Uma das frentes de atuação se dá por meio da Central Evangélica, no WhatsApp, que desmente notícias falsas, tira dúvidas e compartilha conteúdos de teor cristão. De acordo com a campanha de Lula, cerca de 2.000 atendimentos são realizados diariamente no canal.
Voluntários de todo o país também foram chamados a atuar na criação de grupos no aplicativo de mensagens para compartilhar informações sobre Lula e sobre suas propostas, além de tentar responder a eventuais assédios empreendidos dentro de templos religiosos.
Desde a semana passada, lideranças evangélicas e parlamentares que apoiam o ex-presidente também passaram a realizar lives diárias para falar de temas como a manipulação da fé e a democracia no país.
Segundo o PT, as transmissões alcançam, em média, cerca de 15 mil visualizações todos os dias.
Na última quarta-feira (19), Lula lançou uma carta aos evangélicos em que estabelece compromissos como o de não restringir a liberdade de culto e de pregação e o de fortalecer famílias para que “jovens sejam mantidos longe das drogas”.
No documento, Lula volta a se dizer contra o aborto. Seu projeto de governo, afirma, “tem compromisso com a vida plena em todas as suas fases”, porque para ele “a vida é sagrada, obra das mãos do Criador”.A carta foi mais um aceno ao segmento, na tentativa de rechaçar notícias falsas disseminadas por apoiadores de Bolsonaro. A mais forte, reprise de uma fake news que o atinge desde 1989, é a de que ele quer fechar igrejas.