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Política & Poder

Câmara aprova convite para que ministro da CGU explique investigações sobre suspeita de corrupção em vacinas

Área técnica da CGU conduz três procedimentos distintos para apurar suspeitas de corrupção

Redação Jornal de Brasília

13/07/2021 14h35

Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

Viniciu Sassine
FolhaPress

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou um convite para que o ministro Wagner Rosário, da CGU (Controladoria-Geral da União), compareça ao Parlamento e explique o andamento de investigações da CGU sobre suspeitas de corrupção na compra de vacinas pelo governo de Jair Bolsonaro.

O requerimento aprovado foi proposto com base em reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo no último dia 7.

A reportagem mostrou que a área técnica da CGU conduz três procedimentos distintos para apurar suspeitas de corrupção, já fez diligências como apreensão de computadores e trata as suspeitas como graves.

A atuação da área técnica contradiz o ministro, que é bolsonarista e se coloca como conselheiro e aliado de primeiro ordem de Bolsonaro, apesar da função da CGU de fiscalizar o próprio governo federal.

Rosário, no dia em que o governo comunicou a suspensão do contrato de R$ 1,61 bilhão para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, informou um prazo irreal para a conclusão da investigação administrativa aberta (dez dias, tempo já transcorrido) e forneceu informações distorcidas sobre a natureza da investigação e motivação dos procedimentos.

A CGU instaurou um procedimento chamado IPS (investigação preliminar sumária), que tem caráter preparatório diante da complexidade de uma suspeita de irregularidades. A IPS antecede a instauração de um processo administrativo disciplinar e tem prazo para conclusão de até 180 dias.

A IPS foi aberta para investigar as suspeitas que recaem sobre o contrato para compra da Covaxin, assinado em 25 de fevereiro deste ano.

São alvo da investigação tanto as pessoas jurídicas -Bharat Biotech e Precisa Medicamentos- quanto servidores públicos envolvidos no episódio.

Para instaurar a IPS, as áreas técnicas levaram em conta cinco fatores: tentativa de pagamento antecipado de US$ 45 milhões, sem previsão em contrato; possível pagamento a empresa que não faz parte do contrato; descumprimento de prazos contratuais; ausência de justificativa do preço de US$ 15 por dose; e reconhecimento recente, pelo ministério, de que há inadimplência pela Precisa.

Ao conceder a entrevista sobre a suspensão do contrato, o ministro da CGU omitiu que se tratou de uma medida administrativa cautelar, adotada pelo corregedor-geral da União, Gilberto Waller Júnior. A Corregedoria-Geral funciona no âmbito da CGU.

Conforme a decisão, a suspensão cautelar da execução do contrato deve valer “até que seja ultimada a investigação preliminar sumária em curso nesta CGU”.

Assim, o prazo de suspensão está condicionado à IPS em curso, e não aos dez dias mencionados por Rosário.
Outras duas investigações preliminares sumárias são conduzidas por áreas técnicas da CGU. Elas apuram suposta cobrança de propina e o mercado paralelo de vacinas que se instalou no Ministério da Saúde.

O requerimento submetido à comissão da Câmara é de autoria do deputado Elias Vaz (PSB-GO) e foi subscrito pelos deputados Kim Kataguiri (DEM-SP) e Leo de Brito (PT-AC).

A proposta inicial era que houvesse convocação do ministro, o que obriga a presença para depoimento na comissão. A requisição foi convertida em convite.

As informações são da FolhaPress

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