O presidente Jair Bolsonaro voltou a propagar informações inverídicas sobre a hidroxicloroquina em relação à covid-19. Nesta terça-feira (18), na inauguração do sistema de radar do aeroporto de Corumbá-MS, Bolsonaro disse que o medicamento “serviu também para que vidas fossem salvas de todos aqueles acometidos pela Covid-19”.
“É um remédio para algumas coisas [malária, lúpus, doenças reumáticas], mas que serviu também para que vidas fossem salvas de todos aqueles acometidos pela covid-19”, disse. A hidroxicloroquina não tem eficácia comprovada no tratamento da doença, conforme afirma a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Desde que se curou da doença, na segunda quinzena de julho, Bolsonaro tem viajado o país e exaltado o uso da hidroxicloroquina. O presidente já havia dito, no Tocantins, que o medicamento teria evitado a marca de 100 mil mortos por covid-19 no Brasil.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, reforçou que a hidroxicloroquina não tem eficácia contra a covid-19, mas não se mostrou contra a recomendação do medicamento. “O que acontece no Brasil é uma situação pouco usual. Pessoas comentam sobre a droga como se tivessem domínio absoluto. O fato de não existir evidência científica não quer dizer que não se pode recomendar uso, mas com segurança.”