O presidente Jair Bolsonaro subiu o tom das críticas ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e disse que o magistrado colaborou com o narcotráfico. Bolsonaro se referia ao despacho de Fachin que, em 2020, proibiu operações policiais em comunidades no Rio de Janeiro durante a pandemia de covid-19.
“Parabéns ministro Fachin, tremenda colaboração com narcotráfico, com a bandidagem de maneira geral”, declarou o presidente em participação no Brasil Investment Forum 2022, organizado pela ApexBrasil, em São Paulo. Ele ainda voltou a defender o questionamento a decisões da Justiça. “Não podemos criticar decisão? Por que não? Quem eles pensam que são?”, seguiu o chefe do Executivo, sobre os ministros do STF.
No pronunciamento, Bolsonaro também citou a atuação do governo federal na política agrária. “Ninguém mais ouviu falar em MST no nosso governo. Levei paz ao campo e não foi na pancada. Demos título definitivo, provisório para 350 mil assentados. Pretendemos chegar a 400 mil no corrente ano”, declarou.
Escolha
Ainda no Fórum o presidente repetiu “mantras” que serão utilizados em sua campanha à reeleição. Afirmou que seus ministros não foram escolhidos por partidos políticos; negou escolhas políticas para lotear BNDES, Caixa e Banco do Brasil. “Como você se sente no BNDES onde eu não impus nenhum diretor para você?”, disse o chefe do executivo ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
Bolsonaro também criticou o PT; comemorou a celeridade conquistada na abertura de empresas; e minimizou a eficácia nas vacinas contra a covid-19. “Tem gente melhor que eu, mas para presidente é self-service”, declarou sobre o processo eleitoral. Ele não citou, contudo, as interferências na Petrobras com a troca de presidentes para conter a alta dos combustíveis.
O presidente ainda voltou a dizer que o agronegócio brasileiro precisa de fertilizantes. “Fomos negociar na Rússia e resolvemos a questão”, avaliou.
O presidente também retomou críticas indiretas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe do Executivo pediu aos presentes para assistirem ao vídeo da delação do ex-ministro da Fazenda no governo Lula (PT) antes que “um cara resolva bloquear tudo”. “É dono da verdade e da nossa liberdade, parece que esse é o destino dele”, disse o presidente “Não podemos admitir que alguns dos integrantes desses poderes tenham poder absoluto. Eu quero, não quero, prendo, desmonetizo, abro inquérito”, acrescentou.
Estadão Conteúdo