O coronel Marcelo Blanco, ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, disse à CPI da Pandemia nesta quarta-feira (4) que recebeu oferta de emprego do ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência do governo Bolsonaro, general Severo Ramos.
Blanco diz não saber o sobrenome de Severo e nem se ele ocupou cargo no Executivo. Afirmou também que não lembra quando o convite ocorreu, mas disse que Severo ofereceu emprego em uma espécie de filial da empresa VTCLog que estava sendo implementada no Rio de Janeiro.
O militar disse ainda que recusou o convite porque estava morando no Distrito Federal e não tinha interesse de retornar ao Rio, embora seja natural daquele estado. O emprego foi oferecido quando Blanco ainda era servidor do Ministério.
A VTCLog é uma empresa de logística contratada pelo Ministério para armazenar e distribuir medicamentos, inclusive vacinas. O órgão tem contas questionadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), alertou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Blanco alegou não ter conhecimento a respeito.
A empresa ainda deve ser citada com mais ênfase na CPI. Isso porque a VTCLog passou a lucrar muito mais na gestão do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) no Ministério. Barros, que é acusado de fraudes nas tratativas da compra da vacina Covaxin, ainda será ouvido pela comissão.