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Política & Poder

Ata enviada pelo Ministério à CPI sobre reunião com Covaxin é “mentirosa”, afirma Precisa

Ministério da Saúde enviou para a CPI uma ata de reunião dizendo que, naquele dia, a Precisa ofereceu vacinas da Covaxin por 10 dólares a dose. Emanuela Medrades rebateu e disse que a empresa não apresentou nenhuma oferta

Willian Matos

14/07/2021 11h12

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em depoimento à CPI da Pandemia nesta quarta-feira (14), a diretora-executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, ressaltou que a empresa não ofereceu a vacina da Covaxin a 10 dólares por dose ao Ministério da Saúde em reunião ocorrida em novembro de 2020 entre as partes. A fala confronta uma ata da reunião enviada pelo Ministério à comissão, que diz que a Precisa teria feito, sim, uma oferta de US$ 10/dose, e que o valor poderia ser reduzido caso houvesse aquisição de grande quantidade de doses.

“Não houve oferta de 10 dólares por dose”, assegurou Emanuela. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) perguntou, então, se a memória da reunião é mentirosa. “Sim, é mentirosa”, respondeu a representante da Precisa. “Nós não falamos de quanto vai custar. Eu consigo demonstrar através dos e-mails trocados depois dessa reunião”, reforçou.

Depois, o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) leu a memória da reunião onde consta a informação dos 10 dólares por dose, para que Emanuela confirmasse se a informação era ou não falsa. A diretora-executiva ressaltou que não houve proposta, mas que se falou sobre uma expectativa de quanto o produto iria custar.

“Por todas as vezes que perguntavam para a gente do preço, no momento em que eu ainda não tinha um preço, a pergunta seguinte era: ‘Tá, mas não tem nenhuma expectativa?’ E eu respondia: ‘Olha, a minha expectativa é que custe menos que 10 dólares'”, explicou a representante da Precisa.

Emanuela diz não saber “por que colocaram que o produto custaria 10 dólares, porque o produto não foi ofertado”. A representante disse que quem fez a oferta das vacinas ao Ministério da Saúde foi a própria fabricante indiana Bharat Biotech, no dia 15 de janeiro de 2021, e não a Precisa. “O que existia no momento era uma expectativa, e eu consigo demonstrar aos senhores através de todas minhas comunicações [e-mails e afins]”, disse a diretora-executiva. A oferta da Bharat tratava de 15 dólares por dose.

Depois, Emanuela retirou a palavra “mentirosa” ao classificar a ata e usou o termo “equivocada”.

Esta reunião em questão ocorreu no dia 20 de novembro de 2020, no Ministério da Saúde. Estavam presentes o então secretário-executivo, Elcio Franco, a então coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Franciele Fantinato, além de outros servidores do Ministério. Representando a Precisa, estavam Emanuela, o presidente Francisco Maximiano e o advogado Túlio Silveira.

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