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Política & Poder

André do Prado, do PL, é eleito presidente da Alesp e põe fim a hegemonia tucana

O deputado estadual André do Prado foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, vencendo Carlos Giannazi

FolhaPress

15/03/2023 18h56

Foto: Reprodução

Carolina Linhares e Arthur Rodrigues

São Paulo, SP

O deputado estadual André do Prado (PL) foi eleito nesta quarta-feira (15) presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, vencendo Carlos Giannazi (PSOL), seu único concorrente. A eleição da Mesa Diretora ocorreu logo após a posse dos 94 deputados da nova legislatura.


A eleição de André já era esperada -ele costurou um arco de apoios que inclui PT e PSDB e unificou a bancada do PL, composta por uma ala do centrão e outra bolsonarista.


Aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e próximo de Valdemar Costa Neto, chefe do PL, André entra em seu quarto mandato na Casa. Antes disso, foi prefeito de Guararema (SP).


Antes da eleição da Mesa, durante a sessão solene de posse dos 94 deputados, André já circulava pelo plenário como eleito, distribuindo abraços. Ao cumprimentar Leci Brandão (PC do B), a chamou de “rainha”. Ele foi um dos mais aplaudidos ao fazer seu juramento de posse.


A vitória de André representa a ascensão do centrão na Alesp e desbanca quase 30 anos de domínio do PSDB sobre a Mesa Diretora –Carlão Pignatari (PSDB) deixa o cargo sem ter tentado a reeleição. Assim como no Governo de São Paulo, também no Legislativo a derrocada tucana reconfigurou a elite do poder no estado, abrindo caminho para Republicanos, PL e PSD.


A Casa era comandada por deputados do PSDB desde 2007. Por isso, a base de apoio de Tarcísio, formada sobretudo por PL, Republicanos e PP, articulou uma unidade em torno de André.


Antes do início da eleição da Mesa houve dois embates. O primeiro entre o então presidente Carlão Pignatari (PSDB) com Giannazi, que pediu que cada candidato, ele e André, tivessem cinco minutos para debater suas propostas para a Casa, o que foi negado.


“Pela independência da Assembleia, pela autonomia, pelo fim do puxadinho do Palácio dos Bandeirantes”, declarou Giannazi ao votar nele próprio.


O segundo foi entre a líder do PSDB, Analice Fernandes, e Carlão. O tucano havia chamado dois homens para ocupar a Mesa e ajudar na votação, quando a deputada pediu a palavra e solicitou que uma das vagas fosse dada a uma mulher.


Sem paciência, Carlão logo concordou com a troca, mas interrompeu a deputada. “Gostaria que uma mulher fosse convidada e que nunca uma mulher seja interrompida nesta Casa. Somos em 25 e merecemos respeito sempre”, disse ela, recebendo aplausos das deputadas, inclusive as de esquerda.


“Tudo bem, deputada, parabéns para a senhora”, respondeu Carlão de forma ríspida.
O primeiro desafio de André foi unificar a própria bancada, composta por um grupo de bolsonaristas, que se filiaram ao PL depois que Jair Bolsonaro migrou para a sigla, e um outro grupo de deputados “PL raiz” ou “centrão”.


O grupo bolsonarista, na esteira da vitória de Tarcísio patrocinada por Bolsonaro, reivindicava o comando da Casa, mas teve que recuar quando Valdemar entrou em campo e escolheu André. O próprio Tarcísio, de forma reservada, decidiu apoiar André.


Para garantir sua eleição, André se comprometeu a manter o espaço do PT na Mesa e vem negociando a chefia das comissões com diversos partidos.

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