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Política & Poder

Alcolumbre ignora pressão para marcar sabatina de Mendonça

CCJ está acumulando matérias prontas para serem votadas há um mês. Além disso, o STF tem hoje dez ministros, número que causa dificuldade em casos de empates em votações

Redação Jornal de Brasília

30/10/2021 10h05

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tem ignorado a pressão para marcar a sabatina do ex-advogado-geral da União André Mendonça, o escolhido pelo governo federal para ocupar cargo no Supremo Tribunal Federal (STF).

Alcolumbre, que teve seu nome altamente veiculado nos últimos dias por ser acusado de cometer “rachadinha” em seu gabinete e por ver seu primo Isaac Alcolumbre preso suspeito de tráfico internacional de drogas, articula para tentar viabilizar a indicação do procurador-geral da República, Augusto Aras, ao STF. Enquanto isso, a CCJ está inoperante há um mês. A última reunião da comissão ocorreu no dia 29 de setembro.

Atualmente, há 214 matérias prontas para serem votadas pela CCJ, entre elas indicações de autoridades para órgãos como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Além disso, o STF vem funcionando com dez ministros, o que prejudica os julgamentos em casos de empate. O levantamento é do jornal O Globo.

Desta forma, Alcolumbre trava uma guerra fria com o Palácio do Planalto, do qual virou inimigo político. Numa das últimas vezes em que a CCJ se reuniu, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), cobrou o presidente da comissão para que desse andamento ao processo do escolhido de Bolsonaro.

Alessandro Vieira, inclusive, apresentou, na sexta-feira (29), ao STF, uma notícia-crime pedindo investigação sobre a rachadinha supostamente praticada por Alcolumbre. Reportagem da revista Veja noticiou ontem que seis ex-funcionárias do senador dizem ter devolvido os salários ao senador nos últimos cinco anos. O rombo aos cofres públicos teria sido de cerca de R$ 2 milhões.

“Não se pretende – repise-se – atribuir sumariamente culpa ao senador Davi Alcolumbre, mas apenas levar ao conhecimento desta Corte fatos que, se vierem a ser reputados verdadeiros, merecem a devida e ulterior responsabilização”, alega Vieira, na notícia-crime.

Alcolumbre se defendeu das acusações dizendo ser vítima de uma “campanha difamatória sem precedentes”. O senador diz que não se lembra das funcionárias e que nunca autorizou ninguém a recolher salários de assessores.

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