O nome “Sara Winter” passou a se tornar frequente nas redes sociais nas últimas semanas. A blogueira bolsonarista, líder do movimento de extrema-direita 300 do Brasil, foi presa nesta segunda-feira (15) pela Polícia Federal, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sara é investigada no inquérito das fake news, que investiga o uso e disseminação de notícias falsas em prol do presidente Jair Bolsonaro e contra o STF. A blogueira também é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre prestação de contas do fundo eleitoral, usado quando saiu candidata à deputada pelo DEM no Rio de Janeiro.
Mas quem é Sara Winter, afinal?
Sara Fernanda Giromini, 27 anos, é natural de São Carlos-SP. Começou a se tornar pessoa pública quando, aos 19 anos, em 2012, foi uma das fundadoras da variante brasileira do grupo feminista ucraniano chamado Femen.
Sara defendia pautas liberais, incluindo a construção social dos gêneros, o feminismo e a legalização do aborto. Sua aproximação com o grupo Femen ocorreu, segundo ela, porque queria “de alguma forma exterminar todo o tipo de violência contra a mulher”. Sara chegou a “castrar” um boneco que representava o então deputado federal Jair Bolsonaro.
Decidida a abrir uma espécie de filial do Femen no Brasil, Sara voltou ao Brasil em 2012. Em 2013, menos de um ano depois, a sede ucraniana proibiu a brasileira de usar o nome do grupo.
Em maio daquele ano, a ucraniana Alexandra Shevchenko, uma das fundadoras do Femen, afirmou que teve muitos problemas com Winter. “Ela não está pronta para ser líder”. A partir daí, a era “Sara Feminista” começava a ter fim.
Reviravolta
Em 2014, Winter chegou a publicar vídeos no YouTube em que pedia perdão aos cristãos por ter feito parte do Femen e publicou um livro intitulado “Vadia não! Sete vezes que fui traída pelo feminismo”, em que narrava experiências negativas que teve dentro do movimento.
Desde então, começou a flertar com pautas mais conservadoras, aproximando-se de personalidades como o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) e o presidente Jair Bolsonaro (à época deputado federal).
Agora, segundo contou em entrevista à BBC News Brasil, seu foco passou a estar concentrado na convocação de militantes para que “o povo seja a classe soberana do país”. “(Estamos) preparados para dar a vida pela nação, e nossas armas são a fé em Deus, a esperança neste governo e os métodos de ação não violenta.” Com informações da BBC News Brasil