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Política & Poder

Advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, vira réu por racismo

Wassef ainda desqualificou a denúncia, alegando que a promotora do caso foi substituída durante o curso das investigações

Geovanna Bispo

17/02/2022 18h52

Foto: ADRIANO MACHADO – 17.JUN.2020/AFP

O advogado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Frederick Wassef, virou réu pelos crimes de racismo e injúria racial nesta quinta-feira (17). A decisão foi da 3ª Vara Criminal de Brasília e a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

“Diante da prova da materialidade e dos indícios de autoria que recaem sobre o denunciado, recebo a denúncia”, escreveu o juiz Omar Dantas Lima, na decisão proferida nesta quinta-feira. Ainda assim, segundo O Globo, o advogado nega as acusações e diz ser vítima de “fraude processual”.

Wassef ainda desqualificou a denúncia, alegando que a promotora do caso foi substituída durante o curso das investigações, com a intenção de lhe “perseguir”. “Crimes e fraudes foram cometidas para me incriminar. Hoje a vítima sou eu”, disse.

Segundo a denúncia, os episódios ocorreram em uma pizzaria em Brasília, onde ele, em uma das vezes, teria dito a uma funcionária “Não quero ser atendido por você. Você é negra e tem cara de sonsa e não vai saber anotar meu pedido”.

Em outro momento, o advogado teria a chamado de “macaca”. “O comportamento do denunciado reproduz a perversa divisão dos seres humanos em raças, superiores ou inferiores, resultante da crença de que existem raças ou tipos humanos superiores e inferiores”, escreveu o Ministério Público.

O MPDFT ainda pede que Wassef seja condenado a indenizar a vítima por danos morais no valor de R$ 20 mil, além de R$ 30 mil por danos morais à sociedade.

A autora da denúncia, a promotora Mariana Silva Nunes, ainda aponta que não oferecerá oportunidade de acordo, por que não são cabíveis em casos envolvendo racismo.

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