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Política & Poder

Ação de milícias leva TRE a transferir 50 seções eleitorais no Rio

Um grupo criado pelo TRE na eleição de 2022 fez um levantamento preliminar que mapeou 50 pontos onde há interferência de milicianos

Redação Jornal de Brasília

26/01/2024 17h54

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

ALÉXIA SOUSA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

Pelo menos 50 locais de votação em regiões controladas pela milícia na zona oeste do Rio vão ser alterados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A mudança é uma tentativa de garantir que as eleições municipais deste ano aconteçam sem a influência de milicianos. A informação foi confirmada à Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (26).

Os novos locais ainda não foram divulgados. Mas, segundo o TRE, as regras para alocar os eleitores vão seguir as mesmas, como, por exemplo, a proximidade da área de abrangência onde o eleitor está inscrito.

As alterações são baseadas em dados de inteligência das polícias federal, rodoviária, civil e militar, além da Guarda Municipal e dos Ministérios Públicos federal e estadual.

Um grupo criado pelo TRE na eleição de 2022 fez um levantamento preliminar que mapeou 50 pontos onde há interferência de milicianos que agem no sentido de coagir eleitores a votarem em candidatos pré-definidos. Identificaram ainda que, em alguns casos, criminosos chegaram a agir pessoalmente nas sessões em pleitos passados. O gabinete de inteligência foi reativado e, agora, estuda mais regiões.

Para evitar este tipo de atuação criminosa, juízes de diversas áreas também vão atuar pessoalmente nas zonas eleitorais, numa tentativa de organizar e garantir a segurança do processo eleitoral.

Além disso, o grupo de inteligência do TRE também analisa medidas contra fake news e trabalha no monitoramento de candidatos com ficha suja.

Um estudo do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) divulgado em novembro apontou a forte influência das milícias nas eleições de 2022 no Rio. Segundo o levantamento, 14,8% dos eleitores estavam cadastrados para votar em locais de votação situados em territórios controlados por milicianos.

O estudo indica um “efeito milícia” sobre os resultados eleitorais, o que mostra que as áreas controladas por esses grupos apresentaram certas tendências políticas diferenciando do restante da região metropolitana do Rio.

Há mais de um ano, comunidades da zona oeste da capital fluminense vivem cenários de guerra por conta da disputa pelo controle da região. Os confrontos se intensificaram depois que o miliciano Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, se entregou à Polícia Federal em dezembro passado.

Segundo informações da polícia, a região tem sofrido invasões do Comando Vermelho, que pretendem expandir pontos de venda de drogas pela cidade. Recentemente, integrantes do Terceiro Comando Puro se juntaram com os milicianos para expulsar bandidos da outra facção, que conseguiram invadir partes desses locais.

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