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Opinião

A força das mídias tradicionais no cenário digital

Especialista comenta estudo sobre o amplo alcance do rádio e da TV na sociedade atual, mesmo em meio ao avanço do digital

Redação Jornal de Brasília

24/05/2023 12h20

Foto: LG/Reprodução

As mídias sociais e as plataformas de streaming estão ganhando cada vez mais destaque nos dias de hoje. No entanto, é fundamental reconhecer a importância contínua das mídias tradicionais, como rádio e televisão. Embora tenham sido amplamente superadas pela expansão da internet, essas formas de comunicação ainda mantêm uma força significativa na sociedade atual.

Segundo o CENP Meios 2023, a TV aberta alcança atualmente 68% da população, enquanto o rádio atinge 28%. Em contrapartida, a internet possui 18% de alcance, e a TV fechada 10%. Esses números refletem o perfil do público consumidor brasileiro.

O diretor de operações do Grupo Alpes Mídia, Alan Ceppini, destaca que o rádio e a TV possuem um diferencial importante em relação a outros meios, especialmente no Brasil. “Não há outros meios que se comparem às grandes redes de rádio e TV. Eles possuem um alcance surpreendente, e uma campanha bem estruturada consegue alcançar resultados que nenhum outro meio seria capaz de atingir.”

Mesmo com o avanço da tecnologia, o rádio se adapta e evolui, encontrando seu espaço no ambiente digital por meio de plataformas de streaming online, podcasts e aplicativos móveis. Essa combinação entre o rádio tradicional e as ferramentas digitais amplia ainda mais seu alcance, permitindo que os ouvintes desfrutem de uma ampla gama de opções de conteúdo. “O rádio ainda possui um fator que supera todos os outros meios, que é o fato de ser uma mídia ‘intimista’. Os comunicadores das rádios se tornam influentes e amigos em suas comunidades, criando uma relação simbiótica com seus ouvintes”, afirma Ceppini.

Um diferencial cada vez mais eficaz demonstrado pelas rádios e TVs é a habilidade na construção de novos modelos de merchandising. Embora essa prática seja antiga nesses meios, as suas novas modalidades têm atraído clientes diferentes e gerado oportunidades para aumentar as receitas financeiras.

Alan explica que há um público-alvo específico, composto por jovens e adultos de 18 a 24 anos, que já nasceram conectados. “Se você não cria conteúdos nessas novas plataformas, não consegue atrair esse público para o rádio e a TV. Fico impressionado que alguns gestores de grandes meios não entendam isso, mas a maioria compreende e realiza um trabalho maravilhoso. O fenômeno dos reality shows também aprendeu essa fórmula. O BBB da Globo, por exemplo, possui o maior alcance midiático no Brasil atualmente porque soube envolver a internet e promover interação com o programa”.

O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer em relação a esses dois meios. Eles sempre foram fortes e nasceram gigantes, integrando grupos bem estruturados. Ao contrário de outros países, que possuem uma legislação mais fragmentada, nos Estados Unidos e na Europa não existem redes de rádio e TV com 100 afiliadas. Isso faz com que a comunicação seja mais pulverizada e não haja grandes players como os que existem no Brasil.

Alan compartilha que a metodologia de leads em mídias tradicionais, como rádio e televisão, segue uma premissa muito parecida com a da mídia digital, mas, em vez do clique em um link de compra, o processo de venda é realizado por meio de um 0800 ou do WhatsApp, algo que existe há décadas e que continua forte no Brasil, especialmente quando se trabalha com empresas sérias e que sabem auditar esse modelo de negócio.

“O streaming, na minha opinião, é apenas mais uma das muitas plataformas que um projeto de conteúdo pode utilizar. Imagine um jogo de futebol, um evento esportivo mundial ou um reality show. Eles podem ser transmitidos na TV ou no rádio, mas também podem estar simultaneamente no streaming, nas redes sociais e, no futuro, em novas plataformas que surgirão. O importante é entender a técnica por trás da comunicação. Sempre haverá um emissor e um receptor, e o streaming surge como mais um emissor nesse processo”, finaliza Ceppini.

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