Menu
Opinião

4 coisas que você precisa saber sobre a inteligência artificial

Essa maratona pela liderança em inteligência artificial vem sendo uma revolução silenciosa que tem se estruturado nos últimos anos

Redação Jornal de Brasília

20/06/2023 14h49

Foto: Divulgação

*Thiago Thamiel

Imagina obter ajuda para resolver qualquer problema ou, ainda, ter um orientador disponível 24 horas, todos os dias da semana, para decifrar todas as suas dúvidas. Isso tem se tornado cada vez mais real por meio da inteligência artificial. O cenário tem evoluído muito nos últimos meses – só em janeiro, o ChatGPT (ferramenta mais famosa nesse sentido) atingiu 100 milhões de usuários ativos mensais, tornando-se o aplicativo com o crescimento mais rápido da história, segundo o levantamento da empresa financeira UBS. Além dele, atualmente, outras ferramentas estão ganhando força – empresas como Google e Microsoft também já deram largada nesta corrida.

Essa maratona pela liderança em inteligência artificial vem sendo uma revolução silenciosa que tem se estruturado nos últimos anos para chegar nesse “boom” dos dias atuais. Prova disso é que, de acordo com levantamento feito pela Kinea Investimentos, lançado em março de 2023, esse mercado movimentou US$ 450 bilhões em 2022, um aumento de 41% em dois anos. E não para por aí. A expectativa é que o investimento em IA chegue a US$ 900 bilhões, em 2026.

No entanto, mesmo com esse crescimento exponencial, a inteligência artificial ainda é um campo com um enorme potencial a ser explorado. Muitos benefícios e cuidados ainda estão sendo descobertos pelos especialistas, indicando que ainda tem um certo tempo para que tudo seja totalmente compreendido. Para ajudar no entendimento sobre essas ferramentas que vieram para ficar, separei quatro fatores. São eles:

Faça a pergunta certa

Por mais que a inteligência artificial possa criar respostas e resolver equações de forma independente, é preciso fazer a pergunta certa para obter a resposta ideal. Isso porque, ela funciona como uma espécie de rede neural, onde cada conexão possui uma capacidade de decodificar o que é pedido e enviar para diversos caminhos. Essa possibilidade de analisar um ponto sob diferentes óticas é perfeito para a abrangência dos resultados, mas, também, pode dificultar a assertividade do que é respondido.

Por isso, para fazer a pergunta, é necessário pensar em um pedido que não abra margem para várias interpretações. Além disso, precisa ter um certo contexto para que a ferramenta entenda quais são os pontos principais requeridos. O ideal é sempre ter um pouco de conhecimento prévio sobre como funciona a solução e, ao seguir os passos corretamente, ganhar os melhores resultados.

Alerta risco: cuidado com o repasse de informações

Tendo em vista que essa democratização da inteligência artificial ainda é algo novo, os limites da privacidade de dados ainda estão sendo estudados. Nas últimas semanas, por exemplo, tivemos empresas como Apple e Samsung limitando o uso do ChatGPT por parte de seus funcionários para que dados confidenciais não fossem vazados.

O fato de precisar incluir um contexto ao fazer a pergunta – e não somente colocar a frase isolada – faz com que as chances de colocar informações confidenciais na ferramenta aumente. Sendo assim, a dica é: saiba escolher os temas pelos quais vale pedir a ajuda da inteligência artificial. Se envolver questões confidenciais, por enquanto, até que esse cenário seja compreendido e controlado (algo que deve acontecer nos próximos meses), o ideal é não usar a ferramenta.

Cuidados com os cenários apocalípticos

Assim como diversas revoluções tecnológicas (como a Internet, por exemplo), muitas análises sobre o que essas novas soluções podem virar passam a acontecer. No caso da inteligência artificial, muito vem sendo discutido sobre o fim de certas profissões e o uso de informações privadas. Nestes casos, vale lembrar que – como toda tecnologia – a inteligência artificial é uma ferramenta. Ou seja, ela precisa receber um comando e, acima de tudo, ela foi idealizada para ajudar determinadas tarefas a ficarem mais eficientes.

Por isso, é importante atentar que o fator humano é essencial para o avanço dessa solução. Outro ponto é que, para quem acredita que ela pode acabar com empregos ou criar outros problemas como a disseminação de notícias falsas, assim como qualquer outra solução tecnológica, sua aplicação depende do comando humano. Por si só, a tecnologia é uma ferramenta que veio devolver a eficiência, tempo e qualidade de vida para o dia a dia das pessoas.

Uma hora será natural

Assim como toda nova solução, é necessário um tempo de adaptação para que os usuários possam entender os reais benefícios e riscos. Com o passar dos meses, a tendência é que essa tecnologia tenha seu potencial estudado e que passe a evoluir, tornando-se mais robusta e operável.

Dessa forma, começando pelos jovens – que já estão utilizando essas ferramentas para fazer o dever de casa ou para diversão – até os mais velhos que podem utilizar no trabalho ou em outras questões da vida (como na saúde, por exemplo), a inteligência artificial ganhará mais espaço na sociedade. Um dia, seu uso não será mais novidade e os limites (entre benefícios e malefícios) vão estar melhor traçados.

Diante disso, hoje, avalio que há um enorme potencial a ser explorado – principalmente, no sentido de devolver a humanidade para a vida das pessoas. É uma ferramenta que pode entregar tempo e criatividade. Os trabalhos de dez a 12 horas seguidas em tarefas exaustivas e operacionais darão lugar para menos horas e mais oportunidades de criar e de inovar – para todas as profissões.

*Thiago Thamiel, cofundador da Robbu

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado