A cidade do Gama dormiu e amanheceu com um tipo de mobiliário urbano intrigante. Foram afixadas nos principais pontos de diversão da cidade faixas com a seguinte inscrição em letras garrafais: Ana, mesmo que você me traindo lá no Sarará, eu ainda te amo. Por favor, volta pra mim (sic).
Pronto. Está feito o mistério. A partir desse pedido insólito e de pura abnegação dos pecados modernos que afetam a sociedade, como ciúme, ódio, traição e a obrigatória monogamia, a cidade não fala em outra coisa a não nos dizeres dessa faixa.
Para quem não sabe, o Sarará é o barzinho da moda na cidade. Lá, se reúne gente de várias faixas etárias, como este que voz escreve. Mas, ao contrário de mim, o bar, que parafraseou e estampou na camisa dos garçom a conhecidíssima frase “Lar doce bar (Lar doce lar, no original)”, é predominantemente frequentado por jovens.
E eles não perdoam. Curiosos pela própria natureza, correram com a foto da faixa em grupos, redes sociais, festas, ônibus. Todos à procura do autor (ou autora) do pedido e do perdão de um ato que essa sociedade moderna (mas arcaica) classifica como traição.
Então, só nos resta procura-lo. Enquanto isso, todo mundo que possui o nome Ana (mesmo que abreviado), é suspeito.