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Zelensky se reúne com o presidente turco em viagem para pressionar a Otan

“Estamos conversando com os Estados Unidos, por enquanto só depende deles”, acrescentou, antes de viajar para Bratislava

Redação Jornal de Brasília

07/07/2023 12h59

Foto: Sergei SUPINSKY / AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, se reúne nesta sexta-feira (7) com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, na última etapa de uma viagem para pressionar pela adesão de seu país à Otan e pelo envio de mais armas para enfrentar a invasão russa.

Uma necessidade crucial em meio à contraofensiva ucraniana para recuperar os territórios conquistados pela Rússia desde o início da invasão, que completará 500 dias no sábado (8).

“Sem armas de longo alcance, não é apenas difícil realizar missões ofensivas, mas também, para ser honesto, operações defensivas”, disse Zelensky na República Tcheca.

“Estamos conversando com os Estados Unidos, por enquanto só depende deles”, acrescentou, antes de viajar para Bratislava, capital da Eslováquia, de onde partirá para a Turquia.

Em Bratislava, Zelensky referiu-se ainda à cúpula que a Otan vai realizar na próxima semana em Vilnius (Lituânia) e na qual espera um anúncio claro sobre o seu caminho para a adesão.

As divergências dentro da Otan sobre a adesão da Ucrânia, assim como da Suécia, representam “uma ameaça à força da aliança”, criticou.

“É por isso que esperamos resultados positivos ou pelo menos alguns passos para esse resultado positivo. Isso é muito importante para a segurança de todo o mundo”, insistiu.

O secretário-geral da Aliança Transatlântica, Jens Stoltenberg, afirmou nesta sexta-feira que espera que “os líderes aliados reafirmem que a Ucrânia se tornará membro da Otan e se unam para aproximar a Ucrânia desse objetivo”.

No entanto, “ainda estamos consultando a formulação exata” em que essa possibilidade será expressa, acrescentou.

Suécia e acordo de grãos

A discussão com o presidente turco, importante mediador entre Kiev e Moscou neste conflito, também abordará a prorrogação do acordo de exportação de grãos ucranianos, que expira em 17 de julho.

Tanto Zelensky quanto Erdogan querem estender o pacto assinado com a Rússia, que permite à Ucrânia exportar seus grãos pelo Mar Negro.

Analistas esperam que Zelensky também tente convencer Erdogan a suspender o veto à entrada da Suécia na Aliança antes da cúpula de 11 e 12 de julho na Lituânia.

A Turquia condiciona a suspensão de seu veto ao endurecimento da postura da Suécia em relação aos militantes da oposição curda exilados no país nórdico, que Ancara rotula de “terroristas”.

Ancara tomará “a melhor decisão” sobre a adesão da Suécia, disse Erdogan nesta sexta-feira.

Mas o que Zelensky busca, acima de tudo, é acelerar o processo de adesão de seu país à Otan, hoje com 31 membros.

O Kremlin alertou que acompanharia “de perto” o encontro entre Zelensky e Erdogan e que manteria “a colaboração construtiva com Ancara”.

Bombas de fragmentação

Antes de viajar para a República Tcheca e Eslováquia, Zelensky foi à Bulgária na quinta-feira para pedir armamento.

O Kremlin criticou a visita e afirmou que o presidente ucraniano estava tentando “arrastar” outros países para a guerra.

Segundo Zelensky, o lento fornecimento de armas atrasou sua contraofensiva e deu à Rússia tempo para fortalecer suas defesas nas áreas ocupadas.

Veículos da imprensa americana informaram que o Pentágono estava preparando um novo envio de armas e munições, que poderia incluir as controversas bombas de fragmentação, que liberam um grande número de outras bombas em um amplo raio quando explodem.

Essas bombas já foram usadas por ambos os lados, apesar de organizações de direitos humanos condenarem seu uso e afirmarem que podem deixar rastros de artefatos não detonados, que ameaçam civis.

Tropas russas lançaram um ataque com mísseis na cidade ocidental de Lviv, a centenas de quilômetros da linha de frente, na quinta-feira, matando 10 pessoas e ferindo outras 42, de acordo com um balanço do Ministério do Interior ucraniano nesta sexta-feira.

O exército russo alegou que atacou locais de “implantação temporária” de soldados ucranianos.

© Agence France-Presse

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