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URGENTE: Rússia só usará armas nucleares em caso de “ameaça existencial”

“Se for uma ameaça existencial ao nosso país, então podem ser usadas de acordo com nossa doutrina”, afirmou Peskov

Redação Jornal de Brasília

22/03/2022 17h05

A Rússia só usará armas nucleares na Ucrânia se enfrentar uma “ameaça existencial”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à CNN International, nesta terça-feira (22).

“Temos uma doutrina de segurança interna, e ela é pública, você pode ler nela todas as razões para o uso de armas nucleares”, disse. “Se for uma ameaça existencial ao nosso país, então podem ser usadas de acordo com nossa doutrina”, afirmou Peskov.

O porta-voz fez essas declarações durante entrevista à jornalista da CNN International, Christiane Amanpour, que lhe preguntou se estava “convencido” de que o presidente russo Vladimir Putin, uma pessoa com quem tem uma relação próxima, não usaria armas nucleares na Ucrânia.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, o exército de Moscou tem se deparado com uma forte resistência das forças ucranianas, algo que não estava em seu radar.

Segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o exército ucraniano, que mantém o controle dos principais centros urbanos do país, tem conseguido, inclusive, realizar contraofensivas para recuperar terreno, sobretudo no sul do país.

Além disso, analistas militares acreditam que o exército russo estaria sofrendo com problemas de logística e comunicação.

Ataques a hospitais

Ao menos 15 pessoas morreram e 37 ficaram feridas em 62 ataques a hospitais na Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, informou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta terça-feira (22).

“São mais de dois ataques por dia. Isso é inaceitável. Os estabelecimentos de saúde devem sempre ser protegidos”, afirmou a organização, em seu Twitter.

Segundo o ministro da Saúde ucraniano, Viktor Liashko, dez hospitais foram totalmente destruídos e outros não receberam remédios e outros suprimentos por causa de combates em suas proximidades.

Potências ocidentais vão anunciar novas sanções contra a Rússia na quinta

Os Estados Unidos e seus aliados europeus vão anunciar na quinta-feira (22) novas sanções contra a Rússia e o endurecimento das medidas já adotadas pela invasão da Ucrânia, antecipou o assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan.

“Um pacote adicional de sanções” terá que ser “implementado juntamente com nossos aliados na quinta-feira”, quando Biden tem previsto se reunir em Bruxelas com os aliados europeus, informou Sullivan.

A ideia não é apenas acrescentar novas medidas punitivas para a Rússia, “mas garantir que haja um esforço conjunto” para que as sanções não sejam contornadas, explicou.

Biden também “anunciará uma ação conjunta para fortalecer a segurança energética da Europa” e reduzirá sua dependência do gás russo, completou Sullivan.

Além disso, revelará “contribuições americanas adicionais” para ações humanitárias na Ucrânia e para a recepção de milhões de ucranianos que fugiram da guerra.

“Esta guerra não vai acabar fácil ou rapidamente”, advertiu Sullivan.

“Nos últimos meses, o Ocidente esteve unido. O presidente viajará para a Europa para garantir que permaneçamos unidos”, afirmou.

Sullivan também observou que, desde a conversa telefônica de Biden com o presidente chinês, Xi Jinping, na última sexta-feira, os Estados Unidos não viram evidências de nenhum envio de armas da China à Rússia para uso na Ucrânia.

“O que posso dizer é que não vimos o fornecimento de equipamento militar da China para a Rússia. Mas é claro que isso é algo que estamos acompanhando de perto”, disse.

Biden busca “coordenar estreitamente nossa mensagem” com os europeus contra a China, que se recusa a condenar a invasão da Ucrânia e à qual os Estados Unidos ameaçam retaliar se fornecer ajuda à Rússia.

Os Estados Unidos e os europeus “falarão a uma só voz sobre esta questão”, disse Sullivan.

Questionado sobre uma possível expulsão da Rússia do G20, grupo que reúne as principais potências econômicas mundiais, Sullivan não respondeu diretamente.

No entanto, afirmou: “Acreditamos que não é possível agir como se nada tivesse acontecido para a Rússia nas instituições internacionais e na comunidade internacional”.

© Agence France-Presse

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