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Mundo

Reunião ministerial do G20 termina sem acordos sobre a crise climática

Delegados das 20 maiores economias do mundo terminaram a reunião sem avanços antes da próxima conferência do clima da ONU

Redação Jornal de Brasília

28/07/2023 13h08

Foto: AFP

A reunião de ministros do Meio Ambiente dos países do G20 na Índia foi encerrada nesta sexta-feira (28) sem um acordo para limitar as emissões de gases de efeito estufa a partir de 2025 diante da crise climática global, informou o representante da França, Christophe Béchu.

Delegados das 20 maiores economias do mundo terminaram a reunião sem avanços antes da próxima conferência do clima da ONU. As negociações também fracassaram no objetivo de aumentar o uso de energias renováveis.

“Estou muito decepcionado”, disse à AFP o ministro francês da Transição Ecológica, Christophe Béchu, afirmando que não houve acordo sobre um aumento drástico no uso de energias renováveis e nenhum acordo sobre a redução de combustíveis fósseis, especialmente o carvão.

“Há temperaturas recordes, catástrofes, incêndios gigantescos e não conseguimos chegar a um acordo para limitar as emissões até 2025”, lamentou o ministro francês.

Béchu disse que as negociações com a China e a Arábia Saudita e sobre questões climáticas com a Rússia foram “complicadas”.

O ministro indiano e anfitrião da reunião, Bhupender Yadav, admitiu que houve “alguns problemas com a questão da energia e dos objetivos”.

Esta reunião, na cidade indiana de Chennai, ocorre apenas alguns dias depois de os ministros de Energia do grupo também não conseguirem chegar a um acordo para reduzir o uso de combustíveis fósseis.

Os países do G20 representam 80% do PIB e das emissões de CO2 do mundo. Algumas delegações atribuíram o pouco progresso a países produtores de petróleo, como Rússia e Arábia Saudita.

Todos os presentes na reunião entendem “a gravidade da crise” que o mundo enfrenta, disse à AFP Adnan Amin, diretor-executivo da COP28.

Amin afirmou que está claro que há questões de “interesse nacional” que precisam ser resolvidas antes que compromissos mais fortes sobre combustíveis fósseis possam ser firmados.

“Está claro que cada país do mundo vai começar a buscar seu interesse imediato”, afirmou.

O presidente da próxima COP28, que será realizada em Dubai, Sultan Al Jaber, que também comanda o principal consórcio produtor de petróleo e gás dos Emirados Árabes Unidos, também participou do encontro.

Sua atuação na petroleira tem sido amplamente criticada pelo possível conflito de interesses, já que a queima de combustíveis fósseis é a principal causa do aquecimento global.

Destruição dos meios de subsistência

Com incêndios devastadores na Grécia e uma onda de calor na Itália, o comissário da União Europeia para o Meio Ambiente, Virginijus Sinkevicius, alertou antes da reunião que havia “mais e mais evidências sobre o impacto climático devastador” e que “os meios de subsistência de muitas pessoas estão sendo destruídos”.

“A Europa e o norte da África estão queimando. A Ásia está sendo devastada pelas inundações e os ministros do Clima do G20 são incapazes de definir uma direção comum para deter a crise climática”, criticou Alex Scott, do think-tank E3G.

Até agora, o progresso tem sido lento por causa da polarização do G20 em torno da invasão russa da Ucrânia e das fortes divisões entre países ricos e em desenvolvimento em questões como o financiamento da transição ecológica.

Países como a Índia argumentam que países historicamente responsáveis por mais emissões deveriam gastar mais em esforços globais de mitigação do que as economias mais pobres.

Os países produtores de energia resistem a compromissos mais ambiciosos por temerem os efeitos sobre suas economias.

© Agence France-Presse

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