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República Dominicana anuncia que deportará 10 mil haitianos em situação irregular por semana

Somente em 2023, o governo dominicano deportou 250.000 haitianos em situação irregular

Redação Jornal de Brasília

02/10/2024 17h26

files dominican rep haiti migration

Foto de Erika SANTELICES / AFP

O governo da República Dominicana anunciou nesta quarta-feira (2) um plano de “execução imediata” para deportar 10.000 haitianos que não possuem documentos a cada semana, como uma nova medida para tentar controlar a migração irregular do país vizinho.

“Esta operação busca reduzir o excesso de população migrante que se percebe nas comunidades dominicanas e será realizada sob protocolos estritos que asseguram o respeito aos direitos humanos”, disse o porta-voz da presidência, Homero Figueroa, após uma reunião com o presidente Luis Abinader e o Conselho de Segurança.

A decisão foi tomada diante da “lentidão” com que, segundo o governo dominicano, avançaram as ações internacionais para a “pacificação” deste país empobrecido, assolado pela violência das gangues e por uma crise política e social crônica, e com quem os dominicanos apoiam a ilha Hispaniola.

“Anúncios na Organização das Nações Unidas: ou eles e todos os países que se comprometem agem com responsabilidade no Haiti ou nós agiremos com a responsabilidade devida na República Dominicana”, afirmou Abinader.

Desde que assumiu o poder em 2020, Abinader suportou a política migratória de seu país: multiplicou as operações contra migrantes sem documentos e as deportações, redobrou a presença das forças armadas na fronteira e declarou um muro de 164 km entre os dois países, o qual prometeu estender quando foi reeleito em maio para um segundo mandato.

Somente em 2023, o governo dominicano deportou 250.000 haitianos em situação irregular.

Figueroa também informou que foi elaborado um plano integral que responde à segurança e ao respeito aos direitos humanos.

“Ampliar-se-á a desarticulação de redes de tráfico humano: serão tomadas ações imediatas para identificar e desmantelar as redes responsáveis ​​pelo tráfico ilegal de pessoas, com a colaboração de organismos internacionais e de segurança”, disse.

O uso da tecnologia como ferramenta de vigilância também será reforçado: serão instalados mais drones e câmeras para melhorar o monitoramento da fronteira.

© Agence France-Presse

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