A fabricante de automóveis francesa Renault anunciou nesta quarta-feira (23) a suspensão imediata das atividades de sua fábrica em Moscou, depois que a Ucrânia pediu um boicote internacional à empresa por permanecer na Rússia.
A Renault também afirmou em um comunicado que examina “as opções” para sua filial russa AvtoVAZ, acrescentando que essas decisões a forçaram a revisar suas perspectivas financeiras para 2022.
O Conselho de Administração do Grupo Renault decidiu que “as atividades da fábrica da Renault em Moscou estão suspensas neste mesmo dia”, disse o comunicado.
Essa fábrica produz os modelos Duster, Kaptur, Arkana e Nissan Terrano SUV.
A Rússia é o segundo maior mercado da Renault, depois da União Europeia (UE). Mas a sua presença no país é assegurada sobretudo pela AvtoVAZ, graças à qual vendeu 500.000 veículos em 2021.
No contexto da pressão internacional, a Renault indicou ainda que “avalia as opções relacionadas com a sua participação na AvtoVAZ”, da qual controla 69% do capital.
Especificou que essa reflexão é realizada “com senso de responsabilidade para seus 45.000 funcionários na Rússia”, onde é líder de mercado com sua marca Lada.
Mais cedo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia pedido aos legisladores franceses que as empresas ucranianas deixassem a Rússia.
E algumas horas depois, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, pediu um “boicote” mundial à Renault, acusando a empresa com o logotipo de diamante de “sustentar uma guerra brutal de agressão”.
Em seu comunicado, a Renault “lembra que já está adotando as medidas necessárias para respeitar as sanções internacionais” aprovadas contra a Rússia.
“Como consequência [destas decisões], o Grupo Renault se vê obrigado a revisar suas perspectivas financeiras para o ano de 2022”, acrescentou o comunicado.
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