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Mundo

Protestos aumentam na França enquanto Macron tenta reagir

Dezenas de ônibus foram incendiados em uma estação ao norte da capital francesa, segundo o ministro dos Transportes

Redação Jornal de Brasília

30/06/2023 16h51

Foto: AFP

Pela terceira noite consecutiva desde o assassinato de Nahel M., de 17 anos, morto pela polícia, manifestantes franceses queimaram prédios públicos e comerciais em Marselha, Reims, Lyon, e cidades ao redor de Paris. Dezenas de ônibus foram incendiados em uma estação ao norte da capital francesa, segundo o ministro dos Transportes. Imagens gravadas na cidade mostram vitrines de um grande shopping center sendo quebradas por pessoas mascaradas.

O Ministério do Interior francês enviou 40.000 policiais para as ruas na noite de quinta-feira, prometendo uma resposta firme à violência, resultando em 875 pessoas detidas. A maioria tem entre 14 e 18 anos, disseram as autoridades francesas. Várias cidades na região de Paris impuseram toques de recolher na quinta-feira, que devem continuar pelos próximos dias.

O presidente Emmanuel Macron condenou o assassinato de Nahel M., francês descendente de argelinos, como indesculpável e pediu calma, bem como que as famílias dos manifestantes, sobretudo jovens, “assumam responsabilidades”, dizendo não ser papel do governo fazer isso. O país tem um histórico de tensões envolvendo questões raciais e religiosas, que aumentaram quando Macron restringiu as atividades de várias mesquitas e associações muçulmanas que o governo acusa de praticar o “separatismo islâmico”.

Políticos conservadores e de extrema direita pediram a Macron que declarasse estado de emergência. A primeiro-ministro

Élisabeth Borne disse que todas as opções estão sobre a mesa. Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, avaliou os protestos como uma repreensão às autoridades francesas.”Este é um momento para o país abordar seriamente as profundas questões de racismo e discriminação na aplicação da lei”, disse ela.

O Ministério das Relações Exteriores da França rejeitou os comentários como “totalmente infundados”, acrescentando que a polícia francesa mostra “grande profissionalismo ao enfrentar situações e atos de grande violência”.

Estadão conteúdo

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