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Presidente sul-coreano dá ao papa cruz feita de arame da fronteira entre Coreias

A cruz foi feita a partir do derretimento do arame farpado da Zona Desmilitarizada e representa uma mensagem de paz entre as duas Coreias

Redação Jornal de Brasília

29/10/2021 11h55

Photo by Handout / various sources / AFP

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano nesta sexta-feira (29), presenteou-o com uma cruz feita de arame farpado usado para demarcar a fronteira entre as duas Coreias – informaram fontes do Vaticano.

Plantada sobre uma base de madeira, a cruz foi feita a partir do derretimento do arame farpado corroído da Zona Desmilitarizada e representa uma mensagem de paz e reconciliação entre as duas Coreias. A península está dividida desde 1953 entre o norte e o sul, ao longo do paralelo 38.

“Assim como os espinhos e as lâminas eriçados do arame farpado derretem no fogo para se tornar uma bela cruz, tenho esperança de que possamos derreter para sempre essa dura barreira que separa nossos corações”, escreveu Moon Jae-in em um texto entregue ao pontífice em espanhol.

A chamada Zona Desmilitarizada, que divide a península coreana ao longo de 250 quilômetros, é um dos lugares mais fortificados do planeta. O arame farpado e os campos minados tornam sua travessia extremamente perigosa.

“A República da Coreia [Coreia do Sul] é o último território dividido do mundo”, lamentou Moon.

“A função do arame farpado na península coreana é evitar que os do lado oposto cruzem a fronteira”, explicou o presidente coreano, que questiona, no texto, se é possível conviver em paz, “apesar das nossas diferenças ideológicas e modos de viver”.

Moon convidou o papa a viajar para a Coreia do Norte, se o líder Kim Jong-un enviar-lhe um convite formal. Esta foi a segunda vez que o papa recebeu o presidente coreano em uma audiência privada.

“Compartilham a esperança de que o esforço comum e a boa vontade possam promover a paz e o desenvolvimento na península da Coreia, apoiados pela solidariedade e pela fraternidade”, escreveu a Santa Sé, no final do encontro.

Francisco visitou a Coreia do Sul em 2014 e pediu a reconciliação na península. O país tem 5,9 milhões de católicos, o correspondente a 11,2% de sua população, segundo dados da Conferência Episcopal.

© Agence France-Presse

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