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Polícia enfraquece ‘braços armados’ da maior gangue narcotraficante do Equador

A operação está inserida no estado de exceção, que permite que as forças armadas patrulhem as ruas e vigiem as prisões

Redação Jornal de Brasília

24/01/2024 18h13

Foto: Gerardo MENOSCAL / AFP

As autoridades do Equador detiveram, nesta quarta-feira (24), duas pessoas ligadas aos “braços armados” da principal gangue de narcotraficantes do país, a Los Choneros, cujo líder fugiu no início do mês de uma prisão, desencadeando uma onda de violência, informou a polícia.

Os irmãos Pedro e Bryan Oviedo faziam parte “de dois braços armados, conhecidos como Las Águilas e Los Fatales, que são parte dessa estrutura terrorista dos Choneros”, disse o general Víctor Herrera, chefe da polícia local, em uma coletiva de imprensa.

Esses detidos eram considerados “alvos de valor intermediário” do grupo e responsáveis por assassinatos, tráfico de drogas em pequena escala e extorsões, acrescentou Herrera após a operação realizada no setor de Nueva Prosperina, na cidade portuária de Guayaquil.

A fuga do líder dos Choneros, Adolfo “Fito” Macías, de uma prisão em Guayaquil foi detectada pelas autoridades em 7 de janeiro, desencadeando uma forte reação de organizações de narcotráfico nas ruas e em várias prisões, resultando em cerca de vinte mortos até o momento.

A resposta do governo foi declarar estado de exceção por 60 dias para mobilizar militares, o que intensificou ainda mais a violência com sequestros de uniformizados e guardas penitenciários, explosões, ataques a estações policiais e a tomada armada de um canal de televisão em Guayaquil durante uma transmissão ao vivo.

Nesse contexto, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, declarou a existência de um “conflito armado interno” e ordenou que os militares “neutralizem” 22 organizações narcotraficantes que ele classificou como “terroristas” e “beligerantes”.

Herrera detalhou que em 32 buscas e apreensões relacionadas à captura dos Oviedo, a polícia encontrou um fuzil de uso militar, uma pistola, munições, motocicletas roubadas, drogas e um animal exótico não identificado, além de um centro de monitoramento com 200 câmeras distribuídas em locais estratégicos da populosa Nueva Prosperina.

A operação está inserida no estado de exceção, que permite que as forças armadas patrulhem as ruas e vigiem as prisões.

Imagens divulgadas pela mídia local mostraram militares confiscando armas das paredes e tetos das prisões, além de transferir prisioneiros de celas, muitos vestindo apenas cuecas e com os braços atrás da cabeça.

As Forças Armadas assumiram o controle das 10 prisões mais violentas, de acordo com um balanço oficial.

O Equador, situado entre Colômbia e Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, é um dos países mais violentos da região. Entre 2018 e 2023, os homicídios aumentaram de 6 para 46 a cada 100 mil habitantes, um recorde.

Em 2023, o país atingiu uma nova marca de apreensão de drogas, totalizando 220 toneladas.

 

© Agence France-Presse

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