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Polícia americana procura atirador que matou 18 pessoas no Maine

O massacre aconteceu na quarta-feira à noite na cidade de Lewiston, a segunda maior do Maine, de 36.000 habitantes

Redação Jornal de Brasília

26/10/2023 16h04

Foto: Joseph Prezioso / AFP

As autoridades continuam as buscas, nesta quinta-feira (26), por um reservista do Exército que abriu fogo em um boliche e em um bar-restaurante no estado do Maine, nordeste dos Estados Unidos, matando 18 pessoas, em um dos piores massacres dos últimos anos no país.

“Estou profundamente triste em anunciar que 18 pessoas morreram, e 13 ficaram feridas, no ataque a tiros da noite passada”, disse a governadora do estado, Janet Mills.

O massacre aconteceu na quarta-feira à noite na cidade de Lewiston, a segunda maior do Maine, de 36.000 habitantes. As autoridades pediram aos moradores que permaneçam em suas casas. O homem, classificado como “armado e perigoso”, fugiu após os ataques.

A polícia identificou o atirador como Robert Card, de 40 anos, e divulgou sua fotografia. As motivações do crime são desconhecidas. O canal CNN, que citou fontes das forças de segurança, informou que ele é um instrutor de tiros certificado e reservista do Exército.

“Temos literalmente centenas de policiais trabalhando em todo o estado do Maine para investigar o caso, para localizar o sr. Card”, declarou à imprensa o secretário de Segurança Pública do Maine, Mike Sauschuck, relatando, em um primeiro momento, a ocorrência de “16 mortos”.

A meio mastro

O novo massacre, um dos mais letais no país desde o registrado em Las Vegas, em 2017, entra para uma longa lista de ataques a tiros que abalam com frequência os Estados Unidos, país onde o acesso às armas é facilitado.

Após ser informado sobre o ocorrido, o presidente Joe Biden saiu de um jantar de Estado em homenagem ao primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, para entrar em contato com as autoridades do Maine e oferecer o apoio do governo federal, segundo a Casa Branca.

Pouco depois ordenou que a bandeira nacional seja hasteada a meio mastro em todos os prédios públicos federais, “como demonstração de respeito para com as vítimas dos atos de violência sem sentido” ocorridos em Lewiston.

“Nossa nação está de luto novamente”, lamentou o presidente em um comunicado, pedindo ao Congresso para “proibir as armas de assalto”.

As fotos divulgadas do suspeito mostram um homem de barba, vestindo uma jaqueta marrom, calça azul e sapatos marrons, armado com um fuzil semiautomático.

Sauschuck informou que a polícia encontrou uma caminhonete branca abandonada a pouco mais de 10 quilômetros de Lewiston.

Card abriu fogo em pelo menos dois lugares: uma pista de boliche e um bar-restaurante. Agentes do escritório do FBI (Polícia Federal americana) de Boston também participam das operações de busca.

Alguns meios de comunicação também citaram um ataque a tiros em um centro logístico de um supermercado da rede Wallmart, mas as autoridades não confirmaram a informação.

“Eu me joguei em cima da minha filha, e minha mãe em cima de mim”, contou Riley Dumont, explicando que seu pai, um policial reformado, virou uma mesa para proteger os filhos dos tiros.

“Uma loucura”

“Nunca vivemos algo assim”, declarou Cynthia Hunter, que mora em Lewiston desde 2012.

As escolas públicas permanecerão fechadas nesta quinta-feira, informou um funcionário local na rede X (ex-Twitter).

“Estou horrorizado com os eventos em Lewiston esta noite”, afirmou o congressista Jared Golden, do Maine, em um comunicado.

Os Estados Unidos têm mais armas que habitantes: um adulto em cada três possui ao menos uma arma, e quase 50% dos adultos moram em uma residência com uma arma.

A consequência desta proliferação é a taxa extremamente elevada de mortes por armas de fogo, sem comparação com os índices de outros países desenvolvidos.

Sem considerar os suicídios, mais de 15.000 pessoas morreram vítimas da violência com armas de fogo desde o início de 2023 no país. O ataque de quarta-feira foi o mais violento registrado desde janeiro, segundo a associação Gun Violence Archive (GVA).

Stephen King, escritor que ambientou vários de seus romances no Maine, denunciou, nesta quinta-feira, a ausência de regulamentações sobre as armas de fogo.

“É uma loucura em nome da liberdade”, escreveu no X, onde também revelou que mora “a menos de 80km” de Lewiston.

Os esforços para adotar leis mais severas de controle de armas esbarram há anos na oposição dos republicanos, defensores ferrenhos do direito constitucional ao porte de armas.

O impasse político prossegue, apesar da indignação generalizada provocada pelos ataques a tiros recorrentes.

© Agence France-Presse

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