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Pequim é acusada de esterilizações forçadas em Xinjiang, onde população diminui

Em Xinjiang, a taxa de natalidade praticamente caiu à metade entre 2017 e 2019, segundo o Instituto Australiano de Política Estratégica

Redação Jornal de Brasília

20/05/2021 8h59

Foto: Ana Cristina Campos/Agência Brasil

Apesar de não estar mais na idade de ter filhos, Qelbinur Sedik conta que as autoridades chinesas a esterilizaram à força, em uma campanha para reduzir a população de minorias muçulmanas em Xinjiang.

Em 2019, então com 50 anos, ela implorou ao seu comitê de bairro que evitasse implantar nela um dispositivo intrauterino (DIU). Dois anos antes, ela teve este anticoncepcional colocado à força e sofreu fortes dores e hemorragia.

Ela não teve escolha e foi esterilizada com uma laqueadura de trompas em uma clínica da sua cidade, Urumqi, sob ameaça de ações policiais caso se negasse. Quando voltou para casa, sangrou por vários dias, conta esta mulher chinesa de etnia uzbeque na Holanda, onde pediu asilo.

“Por que impor isso a uma mulher com mais de 50 anos, na menopausa, e que não tem nenhuma razão para engravidar?”, pergunta-se Sedik, em entrevista à AFP.

Os uzbeques são uma pequena minoria muçulmana de Xinjiang, onde predominam os uigures (12 milhões de habitantes).

Em Xinjiang, a taxa de natalidade praticamente caiu à metade entre 2017 e 2019, segundo o Instituto Australiano de Política Estratégica (ASPI), a partir de uma análise de cifras oficiais.

Agence France-Presse

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