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Nem Biden nem Trump: jovens dos EUA estão céticos sobre as eleições presidenciais

Como estudante universitária, Olivia Besgrove sentiu-se tão desmoralizada pelo clima político de 2020 que optou por não votar

Redação Jornal de Brasília

03/11/2023 9h29

Foto: Reprodução

Desde as últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos, os jovens eleitores passaram por formaturas, novos empregos e pela pandemia de covid-19, mas a provável repetição do duelo eleitoral Trump-Biden no próximo ano deixa muitos jovens de vinte e poucos anos com uma desconfortável sensação de ‘déjà vu’.

Como estudante universitária que enfrentou uma pandemia, Olivia Besgrove sentiu-se tão desmoralizada pelo clima político de 2020 que optou por não votar.

“Lembro de ter pensado: ‘Sinto que se descobrirem em quem votei, de alguma forma, alguém terá um problema e discutirá'”, disse Besgrove, afirmando que algumas de suas opiniões tendem a se inclinar para os republicanos.

Agora, trabalhando como enfermeira e já formada, a jovem de 23 anos do Missouri provavelmente enfrentará um dilema presidencial semelhante no próximo ano, embora desta vez ela já tenha visto o desempenho de Donald Trump e Joe Biden na Casa Branca.

“Quatro anos depois, estou na mesma posição”, disse. “Eu tenderia a votar em Trump, mas ambos têm falhas”, observou. Ele acredita que Biden, de 80 anos, é melhor em política externa, mas prefere Trump, de 77, em questões econômicas.

“Mas com tudo o que está acontecendo no mundo, sinto medo se Donald Trump estiver no cargo”, admitiu Besgrove sobre o ex-presidente, que enfrenta vários julgamentos criminais pela sua conduta antes, durante e depois do seu mandato (2017-2021). “Ele fala muito”, comentou.

Já Muhammad Rahman, que também era estudante nas últimas eleições de 2020, votou. Optou por Biden – como 59% dos eleitores com menos de 30 anos, segundo o centro Pew Research – por ser sua “única opção” como eleitor de esquerda.

Mas agora reconsidera essa decisão. “Lamento um pouco essa decisão”, disse o jovem de 23 anos de Illinois, que recentemente começou seu primeiro emprego em tempo integral em um hospital.

Ele acrescentou que evitará votar se os candidatos forem os mesmos de 2020. “Supondo que sejam Biden e Trump, acho que não participaria nas eleições”, disse. “É escolher o menor de dois males e o mais difícil é saber qual deles é o menor”, refletiu.

‘Brancos muito velhos’

Rahman está “100%” preocupado com a idade dos candidatos. “Trump é mais antiquado na forma como pensa e na forma como governa o país”, disse ele. “As fraquezas (de Biden) são principalmente uma questão de capacidade”, acrescentou. “Grande parte do tempo, ele não sabe o que está acontecendo”.

Keely Catron, uma estudante de 22 anos do estado do Arizona, disse estar “frustrada” com a eleição de “dois homens brancos muito velhos”. No entanto, ela escolheu Biden em vez de Trump em 2020 e disse que o faria novamente se fosse necessário.

“É difícil ficar entusiasmada”, diz Catron, que vai concluir um mestrado em educação no final do ano e se preocupa com questões como a mudança climática e os direitos LGBTQIA+.

Apesar das dúvidas, ela ainda acredita que “há um (candidato) muito melhor que o outro”.

Mas de acordo com uma pesquisa do Emerson College do início de outubro, mais eleitores americanos com idades entre 18 e 29 anos disseram que votariam em Trump em vez de Biden em 2024 por cerca de dois pontos percentuais.

Os eleitores jovens também são os mais indecisos, de acordo com a pesquisa, e Catron afirmou que muitos não estão prestando atenção às eleições daqui um ano. “Não é que não nos importemos com o presidente”, disse. “Mas é tipo ‘Não consigo nem pensar nisso agora'”.

© Agence France-Presse

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