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Mundo

Mundo se despede de outro ano marcado por pandemia

As vacinas deram esperança, com mais de 60% da população mundial imunizada. Mas sua distribuição tem sido desigual

Redação Jornal de Brasília

31/12/2021 7h38

Entre festas canceladas, toques de recolher e outras restrições, o mundo se prepara, nesta sexta-feira (31), para entrar em 2022 após mais um ano de pandemia em que, apesar das vacinas, a variante ômicron provoca um surto de infecções nunca visto antes.

Os últimos doze meses foram marcados por uma mudança de presidente nos Estados Unidos, Jogos Olímpicos sem espectadores, sonhos de democracia rompidos no Afeganistão, Mianmar ou Nicarágua e preocupações crescentes com as mudanças climáticas.

Mas foi a pandemia, que entra em seu terceiro ano, que mais uma vez dominou a vida de grande parte da humanidade. Mais de 5,4 milhões de pessoas morreram desde que o vírus foi detectado na China, em dezembro de 2019.

Mais de 280 milhões contraíram o vírus, de acordo com um balanço da AFP baseado em dados oficiais, embora o número real possa ser muito maior.

E quase toda a humanidade foi afetada por confinamentos e restrições aplicados em função da evolução da pandemia.

As vacinas deram esperança, com mais de 60% da população mundial imunizada. Mas sua distribuição tem sido desigual, especialmente nos países pobres, o que facilitou o surgimento de novas variantes.

A última, a ômicron, mergulhou metade do mundo em uma nova espiral de restrições devido à sua velocidade de transmissão sem precedentes, com mais de um milhão de infecções em uma semana pela primeira vez, de acordo com uma contagem da AFP.

Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, França ou Argentina registraram recordes de novas infecções diárias.

“Celebrar a vida”

De Seul a São Francisco, passando pelo México ou Atenas, as comemorações de Ano Novo foram mais uma vez limitadas ou canceladas.

Mas no Rio de Janeiro, que costuma reunir 3 milhões de pessoas na praia de Copacabana, a festa continua.

Como na Times Square de Nova York, os eventos oficiais serão reduzidos, mas multidões são esperadas.

“As pessoas só têm um desejo, sair de casa, comemorar a vida depois que a pandemia obrigou todo mundo a se trancar”, comentou o garçom Francisco Rodrigues em Copacabana.

“Vai ter muita gente em Copacabana (…) É inevitável”, acredita a advogada Roberta Assis, que planeja uma pequena festa.

Sydney, a maior cidade da Austrália e uma das primeiras a receber o ano novo, também decidiu manter os fogos de artifício que costumam iluminar seu porto icônico.

“Tento me concentrar nas coisas positivas deste ano”, disse uma estudante de medicina de 22 anos, Melinda Howard, que já esperava pelos fogos perto da Ópera de Sydney.

Ao contrário de 2020, o show pirotécnico reunirá dezenas de milhares depois que a Austrália abandonou sua estratégia de erradicação do vírus e busca viver com ele.

Esta mudança ilustra a tendência de muitos governos que, diante da sucessão de ondas pandêmicas, hesitaram em aplicar medidas rígidas como em 2020 por medo das consequências econômicas e do cansaço social, evidenciado por pequenos, mas ruidosos, protestos contra as restrições em muitos países.

Festas reduzidas

Mas, diante de uma onda de infecções sem paralelos causada pela contagiosa variante ômicron, muitos governos acabaram restaurando restrições para esse período festivo.

A Cidade do México, São Paulo e Bangcoc cancelaram suas celebrações de Ano Novo, a Grécia proibiu música em bares e restaurantes e o papa Francisco suspendeu sua visita regular de Réveillon à manjedoura na Praça de São Pedro.

A maioria das cidades espanholas cancelou suas festividades públicas, mas não Madri, com uma abordagem menos restritiva, o que permitirá que 7.000 pessoas comam as uvas na Puerta del Sol.

Para muitos – em Bombaim, Barcelona ou Montreal – a festa terá que terminar mais cedo devido aos toques de recolher impostos contra o vírus, em alguns casos antes da meia-noite.

Por outro lado, na África do Sul, onde a nova variante foi detectada no final de novembro, a presidência suspendeu o toque de recolher na véspera após considerar o pico de infecções por ômicron terminado.

As autoridades sanitárias apontaram que essa onda virulenta não resultou em aumento significativo de óbitos, reforçando a tese de que essa variante causa menos risco de hospitalização do que as anteriores.

Os especialistas têm esperança de que essa tendência seja replicada em outros lugares, levando a uma fase menos mortal da pandemia em 2022.

Mas a Organização Mundial da Saúde não quer baixar a guarda e alerta que o “tsunami” de infecções pode colocar os sistemas de saúde “à beira do colapso”.

© Agence France-Presse

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