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Mundo

MP interroga presidente do Peru por mortes em protestos

Boluarte chegou antes das 9h em um veículo fortemente escoltado, de acordo com imagens exibidas pela TV

Redação Jornal de Brasília

07/03/2023 15h35

Foto: Juan Carlos CISNEROS / AFP

A presidente do Peru, Dina Boluarte, está sendo interrogada pelo Ministério Público nesta terça-feira (7) pela repressão aos protestos que se seguiram à destituição de seu antecessor, o agora preso ex-presidente Pedro Castillo, que deixaram dezenas de mortos em três meses.

Boluarte, de 60 anos, chegou antes das 9h (11h no horário de Brasília) em um veículo fortemente escoltado, de acordo com imagens exibidas pela TV.

A procuradora-geral Patricia Benavides, que investiga as mortes de manifestantes em confrontos com a força pública, é responsável por tomar o depoimento de Boluarte.

Ela tem “toda a vontade de querer colaborar com a averiguação da verdade e a investigação em particular”, disse recentemente sua advogada, Kelly Montenegro, ao jornal El Comercio.

O Ministério Público iniciou em 10 de janeiro uma investigação contra Boluarte pelos supostos crimes de “genocídio, homicídio qualificado e ferimentos graves” durante as manifestações contra o governo de dezembro a janeiro nas regiões de Apurimac, La Libertad, Puno, Junín, Arequipa e Ayacucho.

Também estão envolvidos no processo seu chefe do gabinete, Alberto Otárola, o ex-ministro do Interior Víctor Rojas, o ministro da Defesa, Jorge Chávez, e o ex-chefe de gabinete Pedro Angulo.

Boluarte pode ser investigada, mas não julgada enquanto exerce seu mandato até 2026, devido ao foro privilegiado garantido pela Constituição.

Nesta terça, a presidente completa três meses no poder depois de substituir Castillo, que foi preso após ser deposto pelo Congresso em 7 de dezembro, depois de um golpe fracassado.

O professor rural e líder sindical de 53 anos cumpre prisão preventiva em Barbadillo, um pequeno centro de detenção para ex-governantes, dentro da sede da Diretoria de Operações Especiais da Polícia, a leste de Lima.

Sua queda depois de 17 meses no poder desencadeou protestos violentos que deixaram 54 mortos. Segundo a Defensoria do Povo, também foram registrados 1.300 feridos, quase metade deles membros das forças de segurança.

Os manifestantes exigem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições para 2023.

© Agence France-Presse

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