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Ministro argentino busca ajuda no Brasil após ampliar benefícios sociais

Massa busca aliviar as finanças argentinas no curto prazo, em tempo de dar um pouco de oxigênio para sua candidatura na eleição presidencial de 22 de outubro

Redação Jornal de Brasília

29/08/2023 8h54

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, esteve em Brasília nesta segunda, 28, reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Massa deixou o encontro com um acordo de US$ 600 milhões (cerca de R$ 2,9 bilhões) para financiar exportações brasileiras, garantido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).

Massa busca aliviar as finanças argentinas no curto prazo, em tempo de dar um pouco de oxigênio para sua candidatura na eleição presidencial de 22 de outubro. A visita ocorreu horas após o ministro anunciar medidas para conter a crise que ignoram os pedidos do FMI para o país reduzir gastos.

No pacote anunciado pelo ministro, o governo fará uma ampla distribuição de benefícios para aposentados, pequenas e médias empresas, trabalhadores independentes, assalariados, o setor agrário e grupos que dependem de programas do Estado, além de créditos e redução de impostos.

“O objetivo é que cada setor da economia tenha ajuda do Estado”, disse Massa, citando a desvalorização da moeda e a seca como motivos para oferecer apoio financeiro às famílias.

Segundo o plano de Massa, os 7 milhões de aposentados argentinos terão direito a receber – em setembro, outubro e novembro – um adicional de 37 mil pesos (US$ 105), elevando a pensão mínima para 124 mil pesos (US$ 354). Além disso, caso comprem com cartão, terão devolução do imposto sobre valor agregado até 18 mil pesos (US$ 51), além de créditos preferenciais.

Trabalhadores independentes estarão isentos de pagar impostos durante seis meses e terão acesso a crédito, entre outras medidas. Também haverá créditos especiais para assalariados a taxas abaixo das praticadas pelo mercado, para que possam saldar dívidas.

O ministro anunciou ainda reforço no chamado Cartão Alimentação para as mães, que aumentará conforme o número de filhos. No setor agrário, um financiamento foi criado para fertilizantes para produtores de setores que estão em caráter de “emergência” em razão da seca.

Em dificuldade

Massa ainda anunciou US$ 770 milhões para financiamento a exportações, o que, segundo ele, ajudará a apoiar as reservas argentinas, cada vez mais baixas. As medidas foram anunciadas após vários supermercados e comércios de diferentes cidades terem sido alvo de violentos saques nos últimos dias.

A onda de violência levou muitos negócios a fecharem temporariamente as portas. A pobreza já afeta quase 40% da população argentina e a inflação está em 113,4%, na comparação anual de julho. Há ainda a incerteza eleitoral, após o libertário Javier Milei ser o candidato mais votado nas primárias – ele defende a dolarização da economia e a extinção do Banco Central da Argentina.

Agora, Massa aparece em segundo lugar em quatro das últimas cinco pesquisas divulgadas na semana passada. Ele corre contra o tempo para tentar conter o avanço de Milei, que lidera todas as sondagens, e evitar a aproximação da conservadora Patricia Bullrich, que aparece em terceiro em quatro das cinco pesquisas.

Estadão Conteúdo

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