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Lula conversa com famílias de reféns do Hamas e relembra veto dos EUA à resolução que previa libertação

Lula manifestou solidariedade aos familiares dos reféns e desaparecidos incluindo de um brasileiro. Ele disse que Brasil propôs uma resolução

Redação Jornal de Brasília

26/10/2023 14h05

Foto: Ricardo Stuckert / PR

RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã desta quinta-feira (26) de uma videoconferência com o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos durante a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Lula manifestou solidariedade aos familiares dos reféns e desaparecidos incluindo de um brasileiro. Ele relembrou que o Brasil propôs uma resolução que previa a libertação dos reféns, mas o texto acabou vetado pelos Estados Unidos, tradicional aliado de Israel.

Também na mesma manhã, o presidente conversou com uma família de brasileiros que se encontra na Faixa de Gaza, mas não consegue deixar a zona de conflito por conta do fechamento da fronteira com o Egito.

Lula iria participar de um café da manhã com jornalistas que trabalham na cobertura da Presidência da República, no Palácio do Planalto.

No entanto, cancelou o evento a menos de uma hora do seu início, por causa de “conversas que estaria tendo com diplomatas” sobre o conflito no Oriente Médio.

O fórum reúne familiares de reféns e desaparecidos em decorrência do ataque do grupo terrorista Hamas ao território israelense, há três semanas. Não trata, portanto, de desaparecidos ou vítimas do lado palestino do confronto.

Segundo nota da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), a conversa com os familiares de desaparecidos e reféns do Hamas foi solicitada pelo próprio grupo, por meio de uma carta enviada ao governo brasileiro.

Lula ouviu os relatos dos familiares, em particular as histórias da captura e da perda de contato com seus parentes. Alguns dos desaparecidos são jovens que estavam em um festival de música, perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

Os familiares ainda acrescentaram que alguns sofrem de doenças crônicas e estão sem seus remédios de uso contínuo. “Na maior parte dos casos, sequer há evidência de que estejam vivos”, afirma a nota.
Lula condenou os ataques contra civis, em quaisquer circunstâncias. Também, segundo a Secom, enfatizou a importância de que as pessoas diretamente atingidas pelo terrorismo e pela guerra sejam ouvidas.

“Lembrou que, nos dois lados do conflito, há pessoas que desejam a paz”, afirma a nota.
“Expressando sua solidariedade, o presidente manifestou que, como pai e avô, compartilha a dor das famílias afetadas e afirmou que o Brasil também está em luto pelo ocorrido. Recordou, ainda, as duas viagens que fez para Israel, em 1993 e 2010, e a excelente relação que manteve com o ex-presidente Shimon Peres”, segue o texto.

Lula também acrescentou que está empenhado na construção da paz, na libertação dos reféns e na abertura de um corredor humanitário.

O presidente também lembrou a resolução que foi articulada pelo Brasil, no Conselho de Segurança da ONU, que previa a libertação dos reféns e uma trégua nos ataques israelenses. A resolução foi vetada pelos Estados Unidos, tradicional aliado de Israel.

“O presidente recordou que a resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, que recebeu amplo apoio dos membros do Conselho, mas foi vetada por apenas um deles, continha referência expressa à necessidade de libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas. Garantiu que o país continuará trabalhando pela libertação dos reféns ao longo de seu mandato no órgão e mesmo depois de seu término, em dezembro”, afirma a Presidência, na nota.

Participaram também o assessor especial da Presidência Celso Amorim; o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) e a assessora especial do presidente, Clara Ant. Os dois últimos são judeus.

Nesta semana, o Hamas libertou as primeiras duas reféns mantidas na Faixa de Gaza desde o último dia 7.

O anúncio foi feito por Abu Ubaida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, braço armado da facção terrorista.
De acordo com o jornal israelense Times of Israel, as duas mulheres são Yocheved Lifshitz, 85, e Nurit Cooper, 79 ?o Hamas havia divulgado que o sobrenome de Nurit era Yitzhak. Os maridos das duas seguem como reféns em Gaza.

Lula tem cobrado ações dos dois lados conflito. Do Hamas, pede a liberação dos reféns em poder do grupo terrorista. O brasileiro também tem cobrado uma trégua nos ataques israelenses, para a entrada de ajuda humanitária.

O Brasil ocupa durante o mês de outubro a presidência do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e busca articular uma solução para amenizar o impacto da guerra sobre civis, em particular com a abertura de um corredor humanitário.

No entanto, uma proposta de resolução no Conselho de Segurança acabou derrubada na semana passada, por causa do veto dos Estados Unidos, um dos membros permanentes do órgão.

Na conversa com a família palestina que está na Faixa de Gaza, aguardando a abertura da fronteira com Egito para ser repatriada. Ouviu o relato de que há escassez de água, energia, alimentos e medicamentos, além de bombardeios e mortes, em grande parte de crianças.

Essa família manifestou desejo de ser repatriada, assim que possível.

“O presidente Lula falou da operação de repatriação montada pelo governo brasileiro e ressaltou que serão feitos todos os esforços possíveis para que voltem e permaneçam no Brasil em segurança. Assegurou que manterá o avião presidencial a postos no Cairo, para ser acionado assim que a fronteira for aberta, e que ampla operação de acolhimento está montada no Brasil”, informou a Secom, em nota.

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