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Irã ganha força no Brics, e Amorim sugere que critérios se adaptarão à escolha dos membros

Até o momento, autoridades brasileiras vinham destacando que era preciso antes definir quais os critérios e regras para a seleção dos novos membros

Redação Jornal de Brasília

23/08/2023 8h19

RICARDO DELLA COLETTA
JOANESBURGO, ÁFRICA DO SUL (FOLHAPRESS)

Com o patrocínio de Rússia e África do Sul, o Irã entrou na lista de candidatos fortes para serem admitidos no Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Ao mesmo tempo, o assessor internacional da Presidência, embaixador Celso Amorim, deu uma declaração que vai na contramão do discurso oficial que vinha sendo adotado pelo governo brasileiro sobre a expansão do grupo: ele disse que primeiro serão escolhidos os novos membros e, depois, os critérios de admissão serão estabelecidos.

Até o momento, autoridades brasileiras vinham destacando que era preciso antes definir quais os critérios e regras para a seleção dos novos membros.

O presidente Lula (PT) e os líderes Xi Jinping (China), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Narendra Modi (Índia) estão reunidos em Joanesburgo para as negociações sobre como se dará a expansão da entidade.

Até a terça-feira (22), a lista de candidatos fortes era composta por Argentina, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito e Indonésia.

Segundo interlocutores, a Indonésia manifestou aos sócios atuais do Brics que gostaria de discutir seu ingresso num outro momento. O obstáculo para os indonésios ingressarem agora seria o fato de que atualmente eles ocupam a presidência rotativa da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).

Dessa forma, além da inclusão do Irã, os países estão debatendo a entrada de mais um país africano, para seguir um critério de equilíbrio geográfico.

Ao todo, mais de 20 países manifestaram interesse em entrar no bloco. A lista inclui, entre outros, Argélia, Bangladesh, Belarus, Cuba, Marrocos, Nigéria, Venezuela e Vietnã.

Na manhã desta quarta-feira (23), Amorim disse que primeiro serão definidos os novos membros e, depois, os critérios.

“Esse negócio de critérios, sabe… Você escolhe os países e aí depois você define os critérios”, disse Amorim.

“Os países que estão colocados ali. Não vou dizer que é um critério absoluto, mas é natural que você procure algum equilíbrio geográfico. Países que representem uma certa diversidade, mas o Brasil não tem problema com nenhum dos nomes que estão colocados”, completou.

Amorim acompanhou Lula na restrita reunião com os demais líderes que ocorreu na noite de terça. Na ocasião, os líderes debateram o tema da expansão.

Uma nova rodada de conversas deve ocorrer nesta quarta.

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