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Homem é executado no Texas clamando inocência

As autoridades estaduais rejeitaram os pedidos clemência, apesar das evidências que surgiram para uma possível nova investigação do caso

Redação Jornal de Brasília

29/02/2024 12h21

Foto: Texas Department of Criminal Justice / AFP

Um homem condenado à morte em Idaho evitou a pena capital depois que a equipe médica não encontrou uma veia para aplicar a injeção letal, enquanto outro, no Texas, foi executado apesar de ter clamado inocência em um caso que chamou a atenção dos Estados Unidos.

Iván Cantú, de 50 anos, foi executado na quarta-feira (28) à noite no Texas, sul do país, por ter sido condenado em 2001 pelos assassinatos no ano a anterior de seu primo James Mosqueda e da noiva deste, Amy Kitchen.

“Às famílias Kitchen e Mosqueda. Quero que saibam que nunca matei James e Amy. E se eu tivesse feito, se eu soubesse quem fez, eles teriam sido os primeiros a saber qualquer informação que pudesse ajudar a fazer justiça”, disse Cantú, minutos antes de receber a injeção letal em uma prisão em Huntsville, ao norte de Houston. .

As autoridades estaduais rejeitaram os pedidos clemência, apesar das evidências que surgiram para uma possível nova investigação do caso.

Sua namorada na época, Amy Boettcher, que já faleceu, prestou depoimento no tribunal e disse que ele admitiu a culpa e a levou até a casa de Mosqueda para mostrar os corpos e buscar drogas. O irmão de Boettcher também o acusou, mas depois se retratou.

Entre as evidências apresentadas no julgamento estava uma calça jeans com sangue das vítimas, que foi encontrada na lata de lixo da cozinha de Cantú. Os advogados de defesa afirmam que Amy Boettcher mentiu e que outra pessoa colocou a peça de roupa, que não eram de Cantú, no local.

Até o presidente do júri que o condenou pediu que o adiamento da execução para uma investigação mais aprofundada. Cantú atribuiu os assassinatos a um traficante de drogas a quem seu primo devia dinheiro.

A Conferência dos Bispos Católicos do Texas pediu o adiamento da execução devido a “sérias incertezas” no caso.

A atriz Jane Fonda compartilhou nas redes sociais um vídeo do ator Martin Sheen, um opositor da pena de morte, com um apelo para que as pessoas assinem uma petição no site Moveon.org para pedir ao governador do Texas, Greg Abbott, que suspenda a execução de Cantú. A campanha já recebeu 150.000 assinaturas.

A estrela dos reality shows Kim Kardashian pediu ao governo do estado que conceda uma prorrogação “para dar tempo de avaliação às novas evidências” e para que um “homem não seja executado injustamente”.

Execução adiada

A execução de um assassino em série no estado americano de Idaho foi cancelada na quarta-feira, depois que a equipe médica tentou diversas vezes, sem sucesso, injetar a substância letal.

Thomas Creech, 73, permaneceu na câmara de execução por uma hora, enquanto a equipe tentava inserir o acesso intravenoso para administrar as drogas que tirariam a sua vida, informaram funcionários da prisão e testemunhas.

Segundo o diretor do Departamento de Correção de Idaho (Idoc), Josh Tewalt, a execução foi cancelada após oito tentativas de inserir o acesso nos braços e pernas de Creech.

“Não temos uma ideia dos prazos nem dos próximos passos para uma nova tentativa de execução”, disse Tewalt na Instituição de Segurança Máxima de Idaho, ao sul da capital, Boise.

Brenda Rodríguez, repórter do canal local KTVB, relatou que Creech não parecia sentir nenhuma dor intensa, embora, em determinado momento, ele tenha comentado que suas pernas incomodavam um pouco. “Quando a execução foi interrompida, ele estava olhando para cima”, contou a jornalista, autorizada a participar como testemunha. “Também se sentiu como se estivesse aliviado”, acrescentou.

Creech, que permaneceu no corredor da morte por mais de 40 anos e que seria a primeira pessoa executada em Idaho em mais de uma década, foi condenado à morte por matar seu companheiro de cela em 1981. Ele já cumpria pena por outros cinco assassinatos, mas afirmou que cometeu outros.

A última execução que fracassou antes disso nos Estados Unidos havia sido a do assassino Kenneth Smith no Alabama, em novembro de 2022, por injeção letal. Ele acabou sendo executado em janeiro passado, com nitrogênio, apesar das reclamações das organizações de defesa dos direitos humanos que consideram o método uma tortura.

Segundo pesquisa recente do instituto Gallup, 53% dos americanos apoiam a pena de morte para condenados por assassinato.

A pena capital foi abolida em 23 estados americanos, enquanto os governadores do Arizona, Califórnia, Ohio, Oregon, Pensilvânia e Tennessee suspenderam a aplicação da medida. Em 2023, o país registrou 24 execuções, todas com o uso de injeção letal.

 

© Agence France-Presse

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