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Harvey Weinstein comparece a tribunal de Manhattan após anulação de condenação

Weinstein, que poderá enfrentar um novo julgamento, estava visivelmente debilitado quando foi conduzido a uma sala

Redação Jornal de Brasília

01/05/2024 16h00

Foto: Etienne Laurent/Pool/AFP

O magnata do cinema Harvey Weinstein retornou ao tribunal de Nova York nesta quarta-feira (1º) pela primeira vez desde que suas condenações foram anuladas naquele estado, constatou um repórter da AFP.

Weinstein, que poderá enfrentar um novo julgamento, estava visivelmente enfraquecido quando foi conduzido a uma sala de um tribunal em Manhattan, onde acenou para seus apoiadores e sorriu.

Na audiência, espera-se que o juiz anuncie a anulação da condenação no estado de Nova York, embora isso não deva significar liberdade para o outrora poderoso produtor de cinema, condenado em um outro caso na Califórnia.

Weinstein, 72 anos, foi condenado em 2020 a 23 anos de prisão pelo estupro e agressão sexual da atriz Jessica Mann em 2013, e por forçar sexo oral na ex-assistente Mimi Haley em 2006.

Em uma decisão apertada de 4 a 3, na semana passada, os juízes do tribunal de apelções de Nova York anularam um dos casos mais emblemáticos do movimento #MeToo, citando erros processuais, pois o juiz aceitou o testemunho de mulheres que supostamente sofreram abuso por parte de Weinstein que não faziam parte do caso contra ele.

No entanto, Weinstein deve permanecer preso, pois precisa cumprir outra sentença de 16 anos por estupro imposta por um tribunal da Califórnia.

O escritório do promotor público de Manhattan indicou que solicitará um novo julgamento.

“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para julgar novamente esse caso e continuaremos firmes em nosso compromisso com os sobreviventes de agressão sexual”, disse o promotor público Alvin Bragg.

Arthur Aidala, advogado de defesa de Weinstein, disse que até mesmo pessoas impopulares merecem justiça, e “sabíamos que Harvey Weinstein não teve um julgamento justo”.

O outrora intocável peso-pesado do setor cinematográfico de Hollywood está sofrendo de problemas de saúde, o que o levou a ser hospitalizado em Nova York no fim de semana.

‘#MeToo’

Desde 2017, dezenas de mulheres, incluindo atrizes como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, acusaram Harvey Weinstein de assédio, agressão sexual ou estupro, dando origem ao movimento #MeToo, que abriu caminho para a luta das mulheres contra a violência sexual no local de trabalho.

A anulação da condenação é mais um revés para o movimento. Em 2021, Bill Cosby foi libertado depois que sua condenação por agressão sexual foi anulada devido a erros processuais.

Os advogados disseram que a condenação de Los Angeles provavelmente não seria afetada pela reversão de Nova York, e agora ele deve ser transferido para uma prisão na Califórnia.

No entanto, sua defesa já anunciou que também recorrerá da condenação do tribunal da Califórnia.

Após sua condenação em Nova York, um processo civil concedeu US$ 17 milhões a dezenas de outras mulheres que acusaram o ex-magnata do cinema de abuso.

Weinstein e seu irmão Bob foram cofundadores da Miramax Films em 1979, uma empresa de distribuição que recebeu o nome de sua mãe Miriam e de seu pai Max.

Ela foi vendida para a Disney em 1993. Entre seus sucessos estava “Shakespeare Apaixonado” (1998), ganhadora do Oscar de Melhor Filme. Ao longo dos anos, os filmes de Weinstein receberam mais de 300 indicações ao Oscar e 81 estatuetas.

© Agence France-Presse

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