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Grupo ligado ao Estado Islâmico mata ao menos 41 em ataque a escola em Uganda

O exército de Uganda anunciou que está perseguindo as Forças Democráticas Aliadas, milícia islâmica que jurou lealdade ao Estado Islâmico

Redação Jornal de Brasília

17/06/2023 8h30

Pelo menos 41 pessoas foram mortas, a maioria estudantes, numa incursão realizada durante a noite de sexta-feira para sábado por jihadistas contra uma escola secundária onde um dormitório foi incendiado, no oeste do Uganda, o pior ataque deste tipo no país em anos.

“Infelizmente, 41 corpos foram descobertos e levados para o necrotério do Hospital Bwera”, disse o porta-voz da Força de Defesa do Povo de Uganda (UPDF), Felix Kulayigye, em comunicado no sábado, referindo-se a uma cidade próxima ao local do ataque.

Um balanço anterior relatou 25 mortos, todos estudantes, e oito feridos em estado crítico.

O exército de Uganda anunciou que está perseguindo atacantes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), uma milícia islâmica que jurou lealdade ao grupo Estado Islâmico, após a invasão a esta escola secundária localizada no distrito de Kasese, perto da fronteira com RD Congo. Os agressores fugiram em direção ao Parque Nacional de Virunga, localizado em território congolês.

O porta-voz da Polícia Nacional de Uganda, Fred Enanga, disse que o ADF invadiu a Lhubiriha High School, Mpondwe, perto de Bwera, onde “um dormitório foi incendiado e uma loja de alimentos saqueada”.

A escola fica a menos de dois quilômetros da fronteira com a República Democrática do Congo, onde o ADF atua e é acusado de matar milhares de civis desde os anos 1990.

O porta-voz da UPDF disse que a ADF também pode ter sequestrado várias pessoas.

“Nossas forças estão perseguindo o inimigo para resgatar os abduzidos e destruir este grupo”, disse ele em um comunicado.

Milícia assassina

Uma vasta extensão na fronteira com Uganda e Ruanda, o Virunga é a reserva natural mais antiga da África e é um santuário para espécies raras, incluindo gorilas da montanha.

Mas as milícias – dezenas das quais estão ativas no leste da República Democrática do Congo, rico em minerais – também usam o parque como esconderijo.

Originalmente principalmente rebeldes muçulmanos de Uganda, milicianos do ADF foram encontrados desde meados da década de 1990 no leste da RDC, onde são acusados ??de terem massacrado milhares de civis.

Eles juraram lealdade em 2019 ao grupo Estado Islâmico, que os apresenta como seu braço na África central, e também são acusados ??de ataques jihadistas em solo ugandense.

Este não é o primeiro ataque a uma escola em Uganda atribuído ao ADF.

Em junho de 1998, 80 estudantes foram queimados até a morte em seus dormitórios em um ataque do ADF ao Instituto Técnico de Kichwamba, perto da fronteira com a República Democrática do Congo. Mais de 100 estudantes foram sequestrados.

Uganda e a República Democrática do Congo lançaram uma ofensiva conjunta em 2021 para expulsar o ADF de seus redutos congoleses, mas essas operações até agora não conseguiram acabar com os ataques do grupo.

Os Estados Unidos anunciaram no início de março que ofereciam uma recompensa de até US$ 5 milhões por qualquer informação que pudesse levar ao seu líder, um ugandense de 40 anos chamado Musa Baluku.

© Agence France-Presse

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