O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, prometeu nesta sexta-feira (6) impor sanções à Venezuela durante uma visita à República Dominicana, onde na segunda-feira Washington apreendeu um avião do presidente venezuelano Nicolás Maduro, em meio à crise política gerada após a controversa reeleição do governante socialista.
“Fomos muito claros e vamos implementar as sanções. Se descobrirmos que houve violações, agiremos. Isso é o que fizemos e é o que continuaremos fazendo”, disse Blinken em uma coletiva de imprensa ao lado do presidente dominicano, Luis Abinader, após ser questionado sobre um segundo avião de Maduro na República Dominicana.
O avião de Maduro apreendido há quatro dias na República Dominicana foi transferido para a Flórida, conforme anunciado por Washington, que alegou violação das sanções americanas. A Venezuela respondeu qualificando a ação de “pirataria”.
Os Estados Unidos, que já impuseram um pacote de sanções em 2019 como resposta à primeira reeleição controversa de Maduro um ano antes, não reconhecem a nova proclamação do mandatário venezuelano como presidente reeleito em 28 de julho.
“Estamos muito preocupados com a situação na Venezuela após as eleições nas quais a vontade do povo venezuelano não poderia estar mais clara. Infelizmente, essa vontade e os votos não foram refletidos pelo que aconteceu desde então”, reiterou Blinken.
Maduro foi proclamado vencedor com 52% dos votos, sem que os detalhes da apuração, como exige a lei, fossem divulgados. A oposição denunciou fraude e afirma ter provas da vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.
Protestos eclodiram por todo o país, resultando em 27 mortos, 192 feridos e 2.400 presos.
Os resultados de 28 de julho também foram questionados por vários países da América Latina.
“Continuaremos defendendo os direitos democráticos e sendo empáticos com a situação da Venezuela”, acrescentou Abinader, ao observar que seu governo não tem “nenhuma notificação legal” sobre um segundo avião.
Em 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ofereceu uma recompensa de até 15 milhões de dólares por qualquer informação que levasse à prisão de Maduro, que está no poder desde 2013.
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