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Em relatório, EUA dizem que Al Qaeda ainda representa uma "séria" ameaça

Arquivo Geral

31/07/2012 15h14

Apesar da morte do líder Osama bin Laden no último ano, o grupo fundamentalista islâmico Al Qaeda continua representando uma “séria” ameaça aos Estados Unidos, segundo o relatório anual sobre o terrorismo no mundo, apresentado nesta terça-feira pelo Departamento de Estado.

 

De acordo com este órgão, apesar da pressão contra o núcleo da Al Qaeda no Paquistão, o grupo terrorista e seus filiados mostraram uma grande “resistência” e também “se adaptaram” às novas circunstâncias.

 

“Eles mantêm a capacidade de realizar ataques regionais e internacionais e, por isso, representam uma ameaça séria e duradoura para nossa segurança nacional”, indicou o relatório.

 

No entanto, segundo este mesmo documento, “a morte de Bin Laden e de outros quatro importantes nomes da Al Qaeda deixaram a rede em uma situação que será difícil de ser revertida”.

 

Mesmo com a fragilização em seu núcleo, a Al Qaeda conseguiu se “ressurgir” através dos grupos filiados, como Al Qaeda na Península Arábica, que hoje aparece como uma ameaça “especialmente séria”.

 

Os EUA apontam que o grupo conseguiu assumir o controle de um território no sul do Iêmen, a base de suas operações, e está aproveitando a instabilidade política do país para conspirar contra os interesses regionais e ocidentais.

 

“Apesar dos esforços para debilitar as capacidades do grupo terrorista, a “Al Qaeda e sua ideologia violenta e extremista continuam se estendendo em algumas partes do mundo”, assinalou o relatório.

 

Na região africana do Sael (faixa entre o deserto do Saara no norte e a savana sudanesa no sul), a Al Qaeda no Magrebe Islâmico reforça seus fundos com o dinheiro de resgates de sequestros e, por isso, consegue garantir sua presença na região, ainda mais diante da instabilidade política na Líbia e em Mali.

 

Outro grupo filiado que também preocupa aos Estados Unidos é Al Shabaab, que já “demonstrou seu desejo e sua habilidade para realizar ataques fora da Somália”, sendo que seus atentados causaram mais de mil mortos no último ano.

 

Os Estados Unidos assinala que, embora não tenha ocorrido nenhum atentado em solo americano, continua preocupado com as ameaças que podem vir de seu próprio território, já que nos últimos anos houve várias tentativas de ataque de pessoas que “aparentemente foram treinadas pela Al Qaeda e seus filiados”.

 

Neste sentido, o relatório lembra o caso do jovem nigeriano Omar Farouk Abdulmutallab, acusado de tentar explodir um avião comercial com 300 pessoas no natal de 2009.

 

O Departamento de Estado também aponta que a Al Qaeda e de seus filiados “não são a única ameaça que os Estados Unidos enfrenta”, apontando que em 2011 foi revelado um complô para assassinar o embaixador da Arábia Saudita na Casa Branca, Adel al Jubeir, um fato que “ressalta o interesse do Irã em usar o terrorismo internacional para perseguir seus objetivos de política externa”.

 

Além disso, o relatório assinala que grupos como o palestino Hamas e o libanês Hezbollah “continuam tendo um papel de desestabilização no Oriente Médio” e que possuem fortes relações com os regimes da Síria e do Irã, com o qual os Estados Unidos não possuem relações diplomáticas desde os anos 80.

 

Esse relatório, que é apresentado todos os anos nos Estados Unidos, possui objetivo de analisa a situação do terrorismo no mundo e, posteriormente, envia ao Congresso para que as medidas necessárias sejam tomadas, incluindo sanções econômicas e ajudas aos países afetados.

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