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Conselho de Segurança adota primeira resolução de ‘cessar-fogo imediato’ em Gaza com abstenção dos EUA

A resolução, adotada com 14 votos a favor e uma abstenção, “exige um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadã” — iniciado há 15 dias —

Redação Jornal de Brasília

25/03/2024 12h15

Foto: Divulgação/ONU

Após mais de cinco meses de guerra, o Conselho de Segurança da ONU adotou nesta segunda-feira (25) sua primeira resolução pedindo um “cessar-fogo imediato” em Gaza, um pedido bloqueado repetidamente pelos Estados Unidos, que se absteve nesta ocasião.

A resolução, adotada com 14 votos a favor e uma abstenção, “exige um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadã” — iniciado há 15 dias — que leve a uma trégua duradoura e “exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns”.

Combates em Gaza

Israel luta nesta segunda-feira (25) contra combatentes do movimento palestino Hamas em torno de pelo menos dois hospitais na Faixa de Gaza, aumentando os temores pelo destino dos pacientes, pessoal médico e pessoas deslocadas que se abrigam nestes estabelecimentos.

As tropas e tanques israelenses lançaram há mais de uma semana uma operação em torno do hospital Al Shifa, o maior centro de Gaza no norte deste território palestino, e iniciaram também um cerco ao hospital Al Amal, no sul de Gaza, em Khan Yunis.

Israel afirma ter lançado operações de “precisão”, mas as agências humanitárias alertaram sobre os riscos para civis encurralados pelos combates.

“Muito sofrimento”


A guerra eclodiu em 7 de outubro com o ataque do Hamas em Israel, que deixou cerca de 1.160 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados israelenses.

A resposta israelense deixou pelo menos 32.333 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa este território palestino desde 2007.

A grave escassez de alimentos e de água aumenta o sofrimento dos civis, especialmente no norte de Gaza.

“Não temos alimentos que nos forneçam a energia necessária para ir buscar água”, disse Basam Mohamed al Hau, em Jabaliya.

Falah Saed afirmou que a população vive “muito sofrimento” pela falta de água, já que o abastecimento cessou no início da guerra devido ao cerco decretado por Israel.

Combates nos arredores dos hospitais


O Exército israelense afirmou que luta contra membros do Hamas em torno de pelo menos dois hospitais na Faixa de Gaza e disse ter matado mais de 20 combatentes palestinos nas últimas 24 horas.

A população que vive nas imediações do hospital Al Shifa relata que sofre condições infernais, com cadáveres nas ruas, bombardeios constantes e a detenção de muitos homens, que são obrigados a despir-se para interrogatório.

Segundo Israel, o saldo das suas operações nesta área é de 170 “terroristas” mortos e quase 500 detenções de indivíduos vinculados ao Hamas e à Jihad Islâmica.

Em Khan Yunis, as tropas israelenses cercaram a área ao redor do hospital Al Amal e estão impedindo qualquer entrada no centro e bloqueiam a saída da equipe médica, disse o Crescente Vermelho palestino.

© Agence France-Presse

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