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Mundo

Cientistas trabalham para deixar ‘cego’ o mosquito da dengue

Estudo busca entender como o Aedes aegypti percebe o ser humano. Pesquisadora vê um “grande começo”

Redação Jornal de Brasília

19/08/2021 7h34

Foto: Divulgação

Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, têm estudado para reduzir os danos que o Aedes aegypti causa à população. O Aedes é o mosquito da dengue, que também causa zika e chickungunya. O objetivo do grupo é deixar o inseto “cego”.

Os pesquisadores usaram uma ferramenta de edição de genes Crispr-Cas9 para tornar os seres humanos invisíveis aos olhos do Aedes aegypti. Recentemente, foi publicado um artigo na revista científica Current Biology que mostra dados dos estudos.

O Aedes usa sinais visuais escuros para caçar, de acordo com a pesquisa. Os cientistas, então, eliminaram dois dos receptores sensíveis à luz, deixando o mosquito incapaz de enxergar seus hospedeiros-alvo (os seres humanos).

“Quanto melhor entendemos como eles percebem o ser humano, melhor podemos controlar o mosquito de uma maneira ecologicamente correta”, afirmou Yinpeng Zhan, pesquisador de pós-doutorado da Universidade da Califórnia e principal autor do artigo, ao jornal The New York Times.

O Aedes aegypti costuma caçar sob o sol, ao amanhecer e ao anoitecer. A espécie depende de uma frota de sentidos para encontrar sangue. “Eles também podem detectar alguns dos sinais orgânicos de nossa pele (como calor, umidade e cheiro)”, disse Craig Montell, neurobiologista da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e coautor do estudo. Mas se não houver um hospedeiro adequado, o mosquito voará direto para o alvo que parece mais próximo: uma mancha escura.

“Ninguém estudou isso antes” disse Neha Thakre, pesquisadora de pós-doutorado na Universidade da Califórnia, em San Diego. Ela não esteve envolvida nos estudos, mas vê como um “grande começo” para entender o que controla a visão do mosquito.

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