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China desde a fundação do Partido Comunista

No verão de 1921, Mao Zedong e um grupo de pensadores marxistas-leninistas de Xangai criam clandestinamente o partido

Redação Jornal de Brasília

04/10/2022 15h55

Foto: Divulgação

A seguir, as principais datas na história da China desde a fundação do Partido Comunista (PCC), que se tornou uma das organizações políticas mais poderosas do mundo.

Julho de 1921: fundado em segredo

No verão de 1921, Mao Zedong e um grupo de pensadores marxistas-leninistas de Xangai criam clandestinamente o partido e começam a criar sindicatos nas cidades chinesas. 

O PCC aliou-se ao Partido Nacionalista ou Kuomintang (KMT), que três anos depois chegou ao poder na China continental.

Mas o Kuomintang volta-se violentamente contra os comunistas e os expulsa de Xangai. Mao e muitos dos membros do partido fogem para o campo, onde conquistam o favor dos camponeses.

1931: invasão do Japão

Em 1931, o Japão ocupa a Manchúria antes de uma invasão em larga escala da China continental em 1937, antes da Segunda Guerra Mundial, perdida por Tóquio. 

A luta contra os japoneses sustenta o PCC.

1945: guerra civil

Uma guerra termina e outra começa: os comunistas e os nacionalistas liderados por Chiang Kai-shek se enfrentam em uma guerra civil depois do conflito mundial.

Os comunistas derrotam os nacionalistas em 1949 e tomam o poder em Pequim. Kuomintang foge para Taiwan, onde forma seu próprio governo e corta contato com a China continental.

O presidente do partido Mao proclama a República Popular da China em 1º de outubro de 1949.

1956: “Desabrochar de Cem Flores”

No Desabrochar de Cem Flores de 1956-1957, Mao encorajou os intelectuais a criticar o partido, mas depois enviou 500.000 daqueles que falaram para campos de trabalho.

1958: Grande Salto Adiante 

Mao implementa o Grande Salto Adiante para renovar sua economia agrária por meio da industrialização e das fazendas coletivas. 

A política resulta em três anos de fome que causa 45 milhões de mortes.

1959: Revolta no Tibete

Pequim envia soldados para esmagar uma revolta contra o poder chinês no Tibete, cujo líder espiritual, Dalai Lama, foge para a Índia.

1964: Teste nuclear 

A China executa seu primeiro teste de arma nuclear.

1966: Revolução Cultural

Mao lança a Grande Revolução Cultural Proletária, uma década convulsiva para expurgar os capitalistas e criar igualdade social, mas também para afastar seus rivais políticos. 

Os jovens da Guarda Vermelha têm como alvo qualquer pessoa que considerem parte da burguesia, incluindo intelectuais. Milhões de pessoas são perseguidas, presas ou mortas.

1971: Reconhecimento da ONU

Nas Nações Unidas, as autoridades de Pequim assumem a cadeira anteriormente ocupada pelo governo em Taipé. 

Torna-se assim um dos cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e direito de veto.

1976: Camarilha dos Quatro presa

Mao morre em setembro de 1976 e um mês depois ocorre a prisão da Camarilha dos Quatro, um poderoso grupo de membros do partido que liderou a Revolução Cultural. Entre eles está a viúva de Mao, Jiang Qing.

Acusados de serem contra o partido e o socialismo, recebem longas penas de prisão.

1978: Reforma e abertura

O partido ratifica a política de “reforma e abertura” do líder supremo Deng Xiaoping que afasta a economia do controle do Estado e estabelece as bases para um crescimento rápido.

1989: Repressão de Tiananmen

Tropas chinesas abrem fogo contra estudantes que pedem pacificamente por democracia na Praça da Paz Celestial (Tiananmen), em Pequim. O número de mortos é calculado entre várias centenas e mais de mil.

1997: Devolução de Hong Kong

O Reino Unido devolve Hong Kong à China, assegurando que o centro de negócios internacional manterá um alto nível de autonomia durante 50 anos.

2001: Conquista do espaço e do comércio

A China entra para a Organização Mundial do Comércio e, dois anos depois, envia seu primeiro homem ao espaço. Em 2010, supera o Japão como a segunda maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos.

2012: Xi assume o poder

Hu Jintao renuncia como líder do PCC após um período de crescimento econômico recorde e maior abertura graças à internet. É substituído por Xi Jinping.

2018: guinada autoritária

A Assembleia Popular da China elimina o limite de 10 anos aos mandatos presidenciais e o nome de Xi é adicionado na Constituição, ressaltando a autoridade do líder mais poderoso da China desde Mao.

2018: Campos de uigures

Em 2018, um comitê da ONU afirma que relatórios “credíveis” apontavam que a China poderia aprisionar mais de um milhão de pessoas uigures e de outras minorias muçulmanas em campos.

Mais tarde, as autoridades chinesas defendem que essas instalações são “centros de educação profissional” contra o separatismo e extremismo religioso.

Em agosto de 2022, um relatório das Nações Unidas menciona possíveis crimes contra a humanidade na região de Xinjiang.

2019: Pandemia

Os primeiros casos de covid-19 são detectados na cidade de Wuhan. A China responde com confinamentos rígidos que eliminam o vírus do país, a chamada estratégia “covid zero”, que permanece em vigor até hoje.

2020: Lei de segurança em Hong Kong

Em 2020, a China impõe uma draconiana lei de segurança nacional em Hong Kong como resposta aos protestos pró-democracia que abalaram a cidade em 2019.

A repressão contra a dissidência é liderada pelo chefe de Segurança John Lee, que em maio de 2022 é designado líder do Executivo local.

© Agence France-Presse

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