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China critica ‘repressão’ dos EUA e defende proximidade com a Rússia

O chanceler afirmou que o “desejo de culpar (a China) com qualquer pretexto atingiu um nível incrível”

Redação Jornal de Brasília

07/03/2024 12h20

Foto: Pedro Pardo / AFP

O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, criticou nesta quinta-feira os Estados Unidos e exaltou a aliança do país com a Rússia, em uma longa entrevista coletiva na qual chamou a guerra em Gaza de “tragédia para a humanidade”.

O chanceler acusou o governo dos Estados Unidos de tentar “reprimir a China” e afirmou que o “desejo de culpar (a China) com qualquer pretexto atingiu um nível incrível”.

“Nos opomos resolutamente a todos os atos de hegemonia e intimidação, e defenderemos firmemente a soberania e segurança nacionais, bem como os interesses de desenvolvimento”, afirmou Wang.

O chefe da diplomacia chinesa falou com os jornalistas à margem das “Duas Sessões” em Pequim, nas quais o Parlamento chinês e um fórum de consulta política se reúnem simultaneamente para discutir a estratégia do governo do presidente Xi Jinping para o ano em curso.

A coletiva de imprensa de Wang aconteceu um dia após uma reunião de cúpula entre os governantes da Austrália e do países do Sudeste Asiático, que alertaram contra as ações da China que “colocam em perigo a paz” no Mar do Sul da China.

A China é beligerante neste mar, do qual reivindica quase a totalidade, e teve confrontos com navios da Guarda Costeira filipina e de outros países.

Wang declarou que Pequim “defenderá legitimamente seus direitos de acordo com a lei” e fez um apelo para que “certos países de fora da região não provoquem problemas ou tomem partido, e não virem provocadores de problemas no Mar do Sul da China”.

O último comentário pareceu direcionado aos Estados Unidos, país sobre o qual afirmou que “os métodos utilizados para reprimir a China são constantemente renovados e a lista de sanções unilaterais é constantemente ampliada”.

Ele acrescentou, no entanto, que a China será uma força global de paz e estabilidade. “Frente à complexa turbulência no ambiente internacional, a China persistirá em ser uma força pela paz, uma força pela estabilidade e uma força pelo progresso no mundo”, disse Wang.

“Novo paradigma”

O chanceler também reservou palavras fortes para os que buscam a independência de Taiwan, que a China reivindica como parte de seu território, ao afirmar que serão “liquidados pela história”.

Wang declarou ainda que a China apoia a “plena” adesão de um Estado palestino à ONU, ao ser questionado sobre o atual conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamista Hamas.

“A catástrofe em Gaza lembra mais uma vez ao mundo que os Territórios Palestinos estão ocupados há tanto tempo e que isto não pode continuar sendo ignorado”, disse.

“Apoiamos que a Palestina se torne formalmente um membro das Nações Unidas”, expressou o ministro chinês, que pediu um cessar-fogo imediato no conflito iniciado em outubro.

Wang chamou o conflito em Gaza de “tragédia para a humanidade e vergonha para a civilização”.

Também defendeu as relações estreitas entre Pequim e Moscou, ao afirmar que “estabeleceram um novo paradigma para as relações entre grandes potências, completamente diferente da era da Guerra Fria”.

O ministro acrescentou que os laços bilaterais seguem a “base do não-alinhamento, não confrontação e não direcionamento a terceiros”.

A China foi criticada pelas potências ocidentais por sua recusa a condenar a invasão da Rússia ao território da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Pequim afirma ser uma parte neutra no conflito, mas sua parceria estratégica com Moscou foi ampliada desde o início da guerra.

© Agence France-Presse

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