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Mundo

Campo de refugiados de Jenin, um símbolo da luta palestina

Na segunda-feira, Israel lançou uma operação militar na cidade de Jenin e no campo de refugiados adjacente

Redação Jornal de Brasília

04/07/2023 15h19

Foto: AFP

O acampamento de refugiados de Jenin, um dos mais pobres e densos da Cisjordânia ocupados, também é um símbolo da luta palestina contra Israel, que o considera um “centro de terrorismo”.

Nos últimos anos, tem sido palco de combates entre Israel e grupos armados palestinos.

Na segunda-feira, Israel lançou uma operação militar na cidade de Jenin e no campo de refugiados adjacente, após uma série de ataques na Cisjordânia contra israelenses. Dez palestinos morreram, e dezenas ficaram feridos desde então.

Acampamento de refugiados

Fundado em 1953, o campo de refugiados de Jenin abriga cerca de 18.000 residentes que fazem parte dos 760.000 palestinos que fugiram, ou foram expulsos de suas casas, durante a criação do Estado de Israel em 1948, um evento que os palestinos chamam de “nakba ” (“catástrofe”).

Localizados no norte da Cisjordânia ocupados, cobrem uma área de 0,43 km2, segundo a Agência das Nações Unidas para os Palestinos Refugiados no Oriente Médio (UNRWA). Com o tempo, as barracas foram substituídas por casas, e o local hoje parece mais um bairro da cidade de Jenin.

Símbolo da luta armada

Uma das figuras mais conhecidas neste campo é Zakaria Zubeidi, ex-líder das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, o braço armado do Partido Fatah, do presidente palestino, Mahmud Abbas.

Zubeidi esteve por muito tempo na lista dos mais procurados de Israel, por ser responsável por vários ataques contra civis israelenses. Sua fuga da prisão de Gilboa, em Israel, em 2021, onde estava detido por “terrorismo” desde 2019, levou a uma busca de vários dias que lhe rendeu uma fama de herói entre os palestinos.

Em 2022, Raad Hazem, outro morador do campo, matou três israelenses durante um tiroteio em um bairro movimentado de Tel Aviv e foi abatido, após uma busca complicada.

Fotos deles e de outros “mártires” mortos por soldados israelenses estão espalhados nas paredes do campo e nas entradas das ruas.

Batalha de Jenin em 2002

Em 2002, Israel sitiou esse local por mais de um mês, como parte de uma operação militar na Cisjordânia. Cinquenta e dois palestinos e 23 soldados israelenses pediram esses combates.

Mais de 400 casas foram destruídas, segundo a UNRWA, e mais de 25% da população ficou nas ruas.

Morte de Shireen Abu Akleh

Shireen Abu Akleh, uma conhecida jornalista da rede de televisão Al Jazeera do Catar, cobria uma incursão israelense nesse campo quando foi baleada e morreu, em 11 de maio de 2022.

O exército israelense acabou, posteriormente, que havia uma “forte probabilidade” de que um de seus soldados tivesse matado o jornalista, por engano. Ela usava um colete à prova de balas com a palavra “imprensa” estampada e também um capacete.

Maior segurança

Israel afirma que pelo menos 50 ataques com armas de fogo foram lançados de Jenin e seus arredores desde o início do ano.

Esses ataques letais contra alvos israelenses levaram o Exército de Israel a realizar várias incursões ao campo de refugiados, onde a presença da Autoridade Palestina é escassa.

Israel afirma que a “Brigada Jenin”, grupo armado local acusado pelos ataques, conta com o apoio do Irã e que inclui, entre seus membros, militantes do movimento islâmico palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, assim como da Jihad Islâmica e fazer Fatah.

© Agence France-Presse

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