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Após renúncia, premiê da Suécia volta ao cargo em vitória no Parlamento

A oposição precisava de 175 votos, mas reuniu 173, sendo que um parlamentar foi contra o partido e apoiou o premiê. Houve ainda 60 abstenções

Redação Jornal de Brasília

07/07/2021 19h45

FolhaPress

O líder social-democrata Stefan Löfven foi reeleito primeiro-ministro da Suécia pelo Parlamento nesta quarta-feira (7), encerrando semanas turbulentas que levaram à sua renúncia no fim de junho. O apoio à volta de Löfven, no entanto, foi de apenas 116 votos dos 349 assentos, e ele só saiu vitorioso por não haver uma maioria absoluta contra. A oposição precisava de 175 votos, mas reuniu 173, sendo que um parlamentar foi contra o partido e apoiou o premiê. Houve ainda 60 abstenções.

O baixo apoio ainda mantém a situação instável. Löfven, que havia deixado o cargo após ser derrotado em uma moção de censura no Parlamento em 21 de junho, precisa aprovar o orçamento e disse que renunciaria novamente se não conseguir a chancela da Casa em votação no outono do hemisfério Norte, primavera no Brasil. “Sou o primeiro a admitir que isso não será fácil”, afirmou o premiê em uma entrevista coletiva. “Mas também sou o primeiro a dizer: agora todos temos que contribuir. Ninguém pode ter tudo, mas todos podem conseguir algo.”

Para o cientista político da Universidade Gotemburgo Jonas Hinnfors, neste momento, a crise acabou. “A oposição pode se sentir mais forte já que eles mostraram o quão frágil é a maioria para o governo, mas, por outro lado, também é evidente que os partidos de centro-direita não comandam essa maioria.” A crise na Suécia começou com a apresentação de uma proposta para reduzir o controle do valor dos aluguéis. Pelo plano, os donos de imóveis poderiam fixar livremente o preço das mensalidades, algo que a esquerda considera uma ameaça aos direitos dos inquilinos.

Descontente, o Partido da Esquerda anunciou que poderia apresentar uma moção de censura contra Löfven, o que acabou sendo feito pela principal sigla de ultradireita do país, o Partido Democratas Suecos. O conservador Partido Moderado e os Democratas-Cristãos apoiaram a moção, aprovada por 181 votos, do total de 349. Foi a primeira vez que um premiê sueco perdeu uma votação do tipo.

Com a moção de censura aprovada, Löfven optou pela renúncia, evitando assim a convocação de eleições antecipadas. O pleito está marcado para setembro de 2022, mas o líder do Democratas Suecos, Jimmie Akesson, defende que a votação ocorra antes. “Foram sete anos perdidos, de fracassos”, afirmou em discurso no Parlamento. “A melhor coisa seria que a nova situação política fosse testada em uma eleição antecipada. É a única maneira de desatar os nós políticos deste país.”

A crise minou o centro do espectro político, mas o Partido de Esquerda e os ultradireitistas parecem ter emergido encorajados. A confiança na sigla esquerdista aumentou nas pesquisas desde a retirada do apoio a Löfven. Enquanto isso, o Democratas Suecos ajudou a derrubar o governo, embora apenas temporariamente, e promoveu laços mais estreitos com outros partidos de direita depois de serem tratados como párias políticos por muito tempo.

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