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Americanos vacinados podem deixar de usar máscaras em espaços fechados

Tal medida pode encorajar os mais relutantes e negacionistas a se vacinarem, mostrando-lhes uma clara vantagem em fazê-lo

Redação Jornal de Brasília

13/05/2021 17h36

Forças Armadas promovem ação de desinfecção no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), uma das medidas adotadas para prevenir a contaminação pelo novo coronavírus

Nos Estados Unidos, diante do número crescente de pessoas vacinadas e da queda no número de casos da covid-19, chegou o momento de suspender a obrigatoriedade de todos usarem máscara em espaços fechados. Tal medida pode encorajar os mais relutantes a se vacinar, mostrando-lhes uma clara vantagem em fazê-lo.

O Centro para a Prevenção e o Controle de Doenças (CDC), principal agência de saúde pública dos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira (13) que os vacinados no país não precisarão mais usar máscaras em ambientes fechados ou manter distância física de outras pessoas.

“Qualquer pessoa que esteja totalmente vacinada pode participar de atividades em espaços internos e externos, pequenos ou grandes, sem usar máscara ou [respeitar] a distância física”, disse Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em coletiva de imprensa na Casa Branca.

O presidente Joe Biden, que definiu o prazo final de 4 de julho para que 70% dos americanos adultos recebam ao menos uma dose, disse em uma reunião com governadores nesta quinta-feira que mais flexibilizações seriam anunciadas “em breve”.

Por enquanto, cerca de 59% dos adultos receberam pelo menos uma dose, e o país registra cerca de 38.000 novos casos de covid-19 todos os dias, ou seja, 11 casos a cada 100.000 pessoas, uma taxa que segue diminuindo.

O consenso entre os especialistas é que, diante desses dados encorajadores, em breve será possível suspender o uso de máscaras na maioria dos espaços públicos.

“Aqueles que já estão totalmente vacinados podem usar uma máscara como um sinal de solidariedade ou simbolicamente, mas isso não beneficia ninguém”, afirmou Vinay Prasad, epidemiologista da Universidade da Califórnia, em San Francisco (UCSF).

Para eles, “há uma probabilidade incrivelmente baixa de uma infecção ser detectada por um teste de PCR, muito menos transmitida para alguém”, acrescenta.

0,009%

No início, as autoridades de saúde foram cautelosas quanto à capacidade das vacinas de interromper a transmissão, uma vez que os testes clínicos apenas demonstraram sua eficácia contra casos com sintomas, sem descartar a possibilidade de casos sem manifestações da doença (febre, etc.).

Mas dados da realidade mostraram que, como muitos imunologistas previram, as vacinas também são muito eficazes contra casos assintomáticos, afirmou Monica Gandhi, professora de doenças infecciosas da UCSF.

Um estudo entre profissionais de saúde no Reino Unido mostrou uma redução de 86% nos casos assintomáticos após duas doses da vacina Pfizer. E um grande estudo entre a população israelense mostrou 94% de eficácia.

Segundo dados do CDC do final de abril, cerca de 9.000 dos 95 milhões de vacinados foram infectados pelo vírus, ou seja, 0,009%. As taxas de hospitalização e óbito foram de 0,0009% e 0,0001%, respectivamente.

E mesmo quando ocorre um caso em uma pessoa vacinada, a pesquisa israelense mostra que a carga viral no nariz é muito baixa, muito baixa para infectar outra pessoa.

“A máscara é uma ferramenta e as vacinas são a solução”, declarou Monica Gandhi, que escreveu várias publicações sobre a importância da máscara durante a pandemia e foi uma das primeiras a promover seu uso universal nos Estados Unidos.

“Uma ferramenta deixa de ter utilidade depois de ter a solução, então quando chegarmos a um determinado nível de vacinação, não será necessário”, afirma.

© Agence France-Presse

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