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Jefferson diz à PF que deu 50 tiros de fuzil mas ‘não atirou para machucar’

Na residência vasculhada pela PF em Levy Gasparian, o ex-deputado mantinha o fuzil e uma pistola 9mm. Jefferson ainda disse à Polícia Federal que efetua em média 500 tiros por semana

Redação Jornal de Brasília

25/10/2022 7h12

Foto: Reprodução

Em depoimento prestado à Polícia Federal após ser preso em flagrante por tentativa de homicídio, o ex-deputado Roberto Jefferson afirmou que deu cerca de 50 tiros de fuzil em uma viatura da PF e jogou três granadas contra a equipe que foi até sua casa em diligência na manhã deste domingo, 23 – ‘uma atrás da viatura quando os policiais saíram e uma dentro de casa para assustar o policial que estava dentro da residência’. O ex-presidente do PTB alegou que os dispositivos eram de efeito moral. Além disso, sustentou que ‘não atirou para machucar’. “Se quisesse, matava os policiais, pois estava em posição superior e com fuzil de mira”, disse.

Apesar das alegações de Roberto Jefferson, a avaliação da Polícia Federal é a de que Roberto ‘minimamente aceitou o risco’ de matar policiais federais ao disparar mais de 50 vezes e lançar as três granadas contra a equipe que foi até Levy Gasparian, no interior do Rio, para cumprir mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. A PF chega a citar ‘motivação torpe’ de Jefferson, em razão de o político ter externado que o ‘motivo da reação foi a discordância em relação ao mérito da decisão judicial’. O ex-deputado acabou sendo indiciado por quatro tentativas de homicídio, ligadas aos quatro integrantes da equipe da PF que tentaram capturá-lo.

No depoimento à PF, Jefferson narra que neste domingo, 23, estava falando no telefone sentado no quarto quando olhou pela televisão na câmera do portão quatro pessoas. Disse ainda que ‘viu a equipe da Polícia Federal de pistola e sem colete’ e afirmou que a PF ‘nestas condições não teria a menor condição de retirar o interrogado da residência’. Em seguida, pegou uma granada e disse que não iria se render. Em depoimento, Jefferson narrou ainda que falou aos policiais: “corre que eu vou jogar em vocês”.

Sobre a origem das granadas, Jefferson disse que ‘sempre’ as teve, tendo comprado os dispositivos ‘no mercado’ há cerca de cinco anos. O ex-deputado disse que ‘precisava de autorização, mas não tinha’, sustentando que ‘sempre esteve ameaçado’. Além disso, afirmou que tinha ‘muita’ munição dos calibres .45, .38, 5x56m, 9mm, .12 e 357mag. Como mostrou o Estadão, a Polícia Federal apreendeu caixas de balas de grosso calibre na caso do ex-deputado. também foi confiscado o fuzil que ele usou para atirar nos policiais.

Estadão conteúdo

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