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Economia

Waldery: reforma tributária terá unificação de impostos e reformatação do IR

O Secretário afirmou que a proposta do Consefaz menciona um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual – ou seja, um federal e outro estadual

Lindauro Gomes

08/07/2019 14h44

Foto: Divulgação

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou na manhã desta segunda-feira, 8, que a reforma tributária será encaminhada ao Congresso “brevemente” e contemplará três pontos: unificação de impostos federais, contribuição sobre pagamento e reformatação do Imposto de Renda. “Com a aprovação da reforma da Previdência na Câmara, nós já teremos condições de divulgar a reforma tributária”, comentou Waldery a jornalistas.

Segundo ele, o governo recebeu tanto a proposta trazida pelos empresários – ligada ao movimento Brasil 200 – quanto a apresentada pelo Consórcio Nacional de Secretarias de Fazendas, Finanças, Receita e Tributação (Consefaz).

Waldery afirmou que a proposta do Consefaz menciona um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual – ou seja, um federal e outro estadual. De acordo com o secretário, o governo é “bastante simpático” a esta ideia. “No todo, a reforma tributária não está fechada, até porque queremos ouvir os secretários e o Congresso Nacional”, disse.

Waldery Rodrigues participou na manhã desta segunda do debate “Os caminhos da política fiscal no Brasil”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre), em Brasília.

Descontingenciamento se houver receita da cessão onerosa este ano

Waldery Rodrigues, afirmou que, caso o governo tenha indicações de que a receita primária ligada ao leilão da cessão onerosa entrará ainda em 2019, poderá haver descontingenciamento de despesas.

“No caso da cessão onerosa, como o leilão está marcado para 6 de novembro, se tivermos indicação de que a receita primária entra de fato este ano, já teremos descontingenciamento nos próximos relatórios (Bimestrais de Receitas e Despesas)”, disse. “A cessão onerosa é um dos principais eventos na política energética e fiscal”, acrescentou. 

Waldery explicou que, a princípio, o leilão está marcado para o dia 6 de novembro e o pagamento à União, para 23 de dezembro. As duas datas estão atreladas. “Cada um dia em que eu atraso o leilão, é um dia que eu atraso o pagamento”, afirmou. “Se houver atraso de três semanas no leilão, muito provavelmente o pagamento não se realiza este ano”, disse. Na prática, não haveria descontingenciamento. “Mas esta data (6 de novembro) é factível para cada uma das etapas que têm que ser cumpridas”, acrescentou. 

O leilão da cessão onerosa será realizado sob o regime de Partilha de Produção por ser uma área localizada no pré-sal da bacia de Santos. Os blocos que serão ofertados foram originalmente estabelecidos no âmbito do contrato de cessão onerosa entre a Petrobras e a União, em 3 de setembro de 2010. 

No leilão serão ofertados os blocos que contêm áreas em desenvolvimento de Atapu, Búzios, Itapu e Sépia. O valor da taxa de participação no leilão será de R$ 503 mil e vence o certame quem oferecer o maior lucro-óleo para a União, que é o resultado da operação menos os custos.

Mais cedo, Waldery havia afirmado que a tendência é que seja anunciado um novo contingenciamento no orçamento da União no próximo dia 22, quando será divulgado o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas. O valor, no entanto, ainda está sendo calculado.

Ao tratar das possibilidades de receita para que haja descontigenciamento mais à frente, Waldery citou ainda o processo de privatização da Eletrobras. Segundo ele, se a venda ocorrer ainda este ano, isso “permitiria um descontingenciamento de mais de uma dezena de bilhões”. 

Waldery Rodrigues participou na manhã desta segunda-feira do debate “Os caminhos da política fiscal no Brasil”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), em Brasília.

Estadão Conteúdo

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