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Economia

Material escolar: compra coletiva é opção para não esvaziar o bolso

Arquivo Geral

28/01/2019 7h00

Atualizada 27/01/2019 22h02

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

João Paulo Mariano
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Se não bastasse os impostos obrigatórios a serem pagos, no começo do ano, os pais sofrem com os preços dos materiais escolares. Para complicar um pouco mais a situação, os produtos de papelaria tiveram um aumento médio de 3,5%, segundo o Sindicato das Papelarias e Livarias do DF (Sindpel-DF).

Para economizar, o jeito é pesquisar bastante, tomar cuidado para não atender a todas as vontades dos pequenos e, até mesmo, procurar alternativas diferentes, como a compra coletiva.

Monitora da Secretaria de Educação, Luana de Almeida Oliveira, de 34 anos, visita, todos os anos, várias papelarias atrás do melhor preço. Com três filhos – Ramon, de 8 anos, Fernando, 6, e Catarina, 5 –, toda economia é sempre bem-vinda. Este ano, porém, ela aderiu à compra coletiva e afirma ter sido uma boa escolha. “Meus filhos estudam na escola pública e eu pagava quase R$ 1 mil de material para os três, sem contar com as mochilas. Dessa vez, paguei menos de R$ 300. Foi ótimo. Sempre tem impostos (nessa época do ano), o IPVA. Um alívio”, diz a servidora, que conseguiu economizar mais de R$ 700 com a nova forma de aquisição do material.

A mudança na forma da compra ocorreu depois que ela descobriu o projeto Consumo Consciente da Caixa de Assistência Beneficente ao Servidor do GDF (Cabs). A instituição nasceu em 2017 com a finalidade de auxiliar os funcionários públicos do governo local a lidarem melhor com o dinheiro e, claro, economizarem.

A direção da Cabs reúne os servidores que querem comprar o material e procura as lojas de atacado para conseguir os melhores preços. A economia é boa: cerca de 50% por lista. Os materiais são de marcas conhecidas para que não haja perda na qualidade dos produtos. Há kits para pais com filhos do jardim de infância ao ensino médio. O conjunto mais barato custa R$ 62 e o mais caro R$ 89.

Luana Almeida e outros 59 servidores entraram na primeira leva de compra de materiais. Para fevereiro, haverá uma segunda compra coletiva porque muitos pais estavam sem dinheiro neste mês e deixaram para comprar de última hora. Com algumas exceções, as aulas nos colégios particulares começam nesta semana. Na rede pública, os alunos voltam às salas no dia 11 de fevereiro.

A mulher também comemora que com a mudança na compra dos materiais neste ano, houve uma melhora no tempo gasto na busca por menores preços. “O pessoal da Cabs é quem faz a pesquisa de preços e eles ainda conseguem entregar o material para a gente se tiver outras pessoas na cidade que também pediram. Já recebo o kit pronto”, resume Luana. Ela acrescenta que no ano que vem continuará com a mesma medida.

Preço varia

A economia feita pelos pais que fazem orçamento em várias papelarias ou para aqueles fazem compra coletiva ameniza o aumento ocorrido no preço do material de papelaria. Segundo o Sindpel-DF, o aumento nos preços varia entre 2% a 5% a depender do produto. Assim, a média para o setor ficou em 3,5%.

O presidente do Sindpel, José Aparecido da Costa Freire, assegura que esse aumento no valor dos produtos foi basicamente o reajuste da inflação referente ao ano anterior. Ele assegura que as papelarias ainda continuam com um bom estoque e que, por isso, não foi preciso mais reajustes.

Pais que deixam para última hora

Apesar do início das aulas estar bem próximos – em algumas escolas, o ano letivo já até começou –, o presidente do Sindicato das Papelarias e Livrarias do DF (Sindpel-DF), José Aparecido da Costa Freire. diz que 60% dos pais brasilienses ainda não compraram o material dos filhos. “Tem que comprar logo, quanto mais perto (de as aulas começarem), mais as papelarias enchem e há mais dificuldades de para se encontrar alguns produtos”, alerta.

Ele ainda adverte que muitos pais que vão primeiro para as férias e só depois vão lembrar de comprar os itens de material escolar pedido pela escola.

Nessa hora, José Aparecido destaca que o dinheiro pode ser igual aquele cobertor que cobre os pés mas é muito curto para também tampar a cabeça.

O economista Juçanio de Souza também alega que é um grande problema deixar a compra dos materiais para a última hora. Para ele, o problema está em só pensar na lista depois de gastar bastante nos feriados de fim de ano e ter esbankado nas férias.

Com juros, nem pensar

Sem muita saída, o cartão de crédito acaba sendo procurado como um subterfúgio. Em relação ao uso deste meio, o economista deixa claro que o cuidado deve ser ainda maior. Dessa forma, parcelar em inúmeras vezes e com juros nem pensar.

Também alerta para tomar cuidado com o que as escolas pedem. Se a instituição pediu quatro resmas de folhas, entregue duas no começo do ano e o restante em julho. Comprar o quanto antes pode ser uma boa alternativa. Os preços podem ainda não ter sido reajustados e a pessoa tem mais dinheiro devido ao 13º salário.


Saiba Mais

O economista Juçanio de Souza sugere que, além de fazer o levantamento em papelarias, os pais podem pensar em grandes mercados e atacarejos como alternativas viáveis para comprar tudo que está na lista.

Cartão só deve ser usado em último caso e em parcelas que não tenham incidência de juros.

É necessário cautela na hora de levar crianças à papelaria. Em geral, elas querem objetos de marcas ou design que podem deixar a compra mais cara. Os pais não podem ceder muito aos pequenos.

 

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