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Economia

Juros: Taxas caem com expectativa pelo corte da Selic e alívio nos Treasuries

No balanço do mês, porém, a curva teve expressivo aumento da inclinação, com a ponta curta perdendo até quase 30 pontos e as longas, em torno de 15 pontos

Redação Jornal de Brasília

31/07/2023 19h17

Foto: Agência Brasil

Os juros fecharam em queda nesta última sessão de julho, e que também abre a semana do Copom, embalados pelas expectativas em torno da atuação da política monetária aqui e no exterior, que elevaram o apetite por ativos de risco, resultando em desinclinação para a curva a termo. Mesmo com as mesas de renda fixa dando mais peso à possibilidade de corte de 0,5 ponto porcentual da Selic na quarta-feira (2), as taxas longas recuaram ainda mais do que as curtas, refletindo o otimismo do investidor com o Brasil e com a ajuda do comportamento de baixa dos rendimentos dos Treasuries. No balanço do mês, porém, a curva teve expressivo aumento da inclinação, com a ponta curta perdendo até quase 30 pontos e as longas, em torno de 15 pontos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 caiu de 12,611% no ajuste de sexta-feira para 12,585%, e a do DI para janeiro de 2025 cedeu a 10,61%, de 10,64%. O DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 10,13%, de 10,20% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 10,50%, de 10,60%.

O recuo das taxas longas ocorreu em ritmo acima das demais, ainda que a maioria das apostas do mercado, ao menos na precificação da curva, aponte para um afrouxamento mais agressivo da Selic na abertura do ciclo. “Mesmo que o Copom opte por reduzir a Selic em 0,5 ponto, e não em 0,25 ponto, a taxa ainda continua muito atrativa para o fluxo estrangeiro”, afirma a economista-chefe do TC, Marianna Costa.

Ao mesmo tempo, no exterior, prevalece a avaliação de que o espaço para novas altas de juros pelos bancos centrais das economias principais vai ficando apertado, diante do risco de recessão. Hoje, o índice dos gerentes de compras (PMI, em inglês) da indústria, apurado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, em inglês) de Chicago, ficou em 42,8 em julho, abaixo da estimativa dos analistas, de 43, o que reforçou a aposta de manutenção do juro pelo Federal Reserve na reunião de setembro.

“A evolução do cenário econômico no Brasil e no mundo nos últimos meses dão respaldo à uma política monetária menos restritiva do que a atual”, afirmam, em nota, Rodolfo Margato e Alexandre Maluf, economistas da XP.

No Brasil, a curva dos DIs indicava, no meio da tarde, 70% de chance de corte de 0,5 ponto na Selic na quarta-feira e 30% de chance de uma redução de 0,25 ponto. Nos departamentos econômicos, o cenário das estimativas para esta reunião é inverso, com maioria – 62 entre 88 casas ouvidas pelo Projeções Broadcast – acreditando em corte de 0,25, mas boa parte considerando 0,5 ponto também plausível.

A melhora nos preços de abertura do IPCA, sobretudo serviços e núcleos, e do câmbio são o principal argumento dos que defendem um início com corte mais firme. A ala que espera 0,25 ponto cita que a convergência do IPCA às metas ainda não se concluiu, ainda que reconheçam a trajetória descendente. Hoje, no Boletim Focus, a mediana para 2023 caiu de 4,90% para 4,84%, um pouco mais perto do teto de 4,75%, mas a de 2024, horizonte central da política monetária, oscilou marginalmente, de 3,90% para 3,89%, ainda distante da meta de 3%. Para 2025, as medianas permaneceram em 3,50%.

Estadão conteúdo

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