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Economia

Juros: Fôlego de queda arrefece e taxas encerram com viés de alta

Os juros futuros oscilaram com queda moderada durante quase toda a sessão, mas acabaram fechando com viés de alta

Redação Jornal de Brasília

15/06/2023 18h48

Foto: Agência Brasil

Os juros futuros oscilaram com queda moderada durante quase toda a sessão, mas acabaram fechando com viés de alta. Na esteira da melhora da perspectiva do rating do Brasil pela S&P Global ontem, o mercado teve hoje novos gatilhos para sustentar o alívio dos prêmios, como o reajuste em baixa nos preços da gasolina pela Petrobras e o dado fraco do setor de serviços, ambos endossando a ideia de que as condições para o ciclo de distensão monetária estão sendo dadas. Do exterior, houve contribuição dos Treasuries e da queda generalizada do dólar, enquanto a oferta de prefixados do Tesouro no leilão, embora grande, foi menor do que na semana anterior. Na reta final dos negócios, porém, o fôlego de queda acabou.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou 13,025% (máxima), de 13,041% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 11,14% (11,12% ontem) e a do DI para janeiro de 2027, em 10,62% (10,61% ontem)

As taxas oscilaram majoritariamente em baixa, ainda reverberando a decisão da S&P ontem que reforçou a percepção de aumento de fluxo para os ativos brasileiros, que pela manhã aumentou a expectativa pelo leilão de prefixados do Tesouro. A oferta de 11 milhões de LTN e de 1,5 milhão de NTN-F. O Tesouro colocou integralmente os volumes.

“Foi um leilão de médio para grande. Os lotes já vinham sendo elevados nas últimas semanas, mas o de hoje ainda sugere emissões de prefixados acima dos intervalos do PAF”, diz Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez.

Com o anúncio da S&P, a expectativa é de um rali ainda maior para os ativos domésticos, que ainda têm prêmios atrativos na ótica do risco/retorno em comparação a outros pares emergentes. “A sinalização de mudanças estruturais favorece muito a gestão da dívida. O Brasil está numa posição mais confortável do que Rússia, Argentina e Turquia, em termos de fundamento. E tem um mercado maior e mais desenvolvido do que o Chile, por exemplo”, comentou Leal.

No raciocínio do mercado, a melhora da gestão da dívida, da percepção fiscal e do câmbio abrem caminho para que o Banco Central comece a reduzir a Selic, amparado ainda na evolução do cenário para os preços. Hoje a Petrobras anunciou corte de R$ 0,13 por litro às distribuidoras a partir de amanhã, o que alimenta a expectativa de deflação do IPCA de junho. Especialistas calculam efeito de queda em torno de 0,10 ponto porcentual para a inflação em 2023.

Novos sinais de esfriamento da atividade no segundo trimestre ajudam nessa percepção. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de abril, divulgada hoje, mostrou queda no volume de serviços de 1,6% na margem, bem pior do que o recuo de 0,4% apontado pela mediana das estimativas do Projeções Broadcast.

O ambiente internacional também favoreceu o recuo das taxas por aqui. Os rendimentos dos Treasuries cederam com dados fracos da economia dos Estados Unidos, que trouxeram dúvidas sobre a retomada do aperto monetário em julho.

Cerca de meia hora antes do fim do pregão, as taxas zeraram o recuo e ensaiaram alta, em movimento atribuído a ajustes técnicos e a um certo incômodo com a possibilidade de prorrogação do programa automotivo, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje na reunião ministerial, que classificou o pacote de “um sucesso”, segundo fontes.

Estadão conteúdo

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